São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000

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A SEMANA / DEBATE

Leitores discutem a fase considerada mais pop e acessível da carreira dos roqueiros brasilienses
Fãs questionam Raimundos

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o sucesso de "Só no Forevis", disco lançado no ano passado, que vendeu cerca de 650 mil cópias, segundo o baterista Fred, vários fãs mais antigos dos Raimundos acusaram a banda, que estreou em disco em 1994, de enveredar por um caminho mais comercial.
Rodolfo, Digão, Fred e Canisso, que conversaram com os leitores do Folhateen na quarta-feira passada, para promover o recém-lançado "MTV ao Vivo", disco duplo com 40 sucessos do grupo brasiliense, afirmaram que o "Só no Forevis" criticou a falta de espaço para o rock na grande mídia.
"Nossa intenção não era sacanear pagodeiro na capa do disco, mas sim criar a oportunidade de ocupar espaço na TV e nas rádios. A letra de "A Mais Pedida" fala disso", disse Rodolfo para a platéia -a maioria era feminina, e muita gente aproveitou para fotografar e pedir autógrafos- que lotou o auditório da Folha.
O grupo afirma que o som não mudou muito com o passar dos anos. "Quem ouvir o "MTV ao Vivo" vai perceber que o som não mudou. Este disco mostra que as músicas de todos os nossos trabalhos andam em paralelo", afirmou Fred.
O leitor Felipe Santoro, 21, questionou a apresentação da banda em programas como o "Planeta Xuxa", fazendo playback. "Playback é uma desgraça", disse Rodolfo. "Mas temos necessidade de mostrar o trabalho. Um empresário do Amazonas ou do Acre que queira nos contratar para um show só sabe que estamos na praça se a gente aparece nesses programas, pois fora do Rio e de São Paulo não há tantas rádios de rock." Canisso completou, dizendo que "a gente precisou fazer concessões e quebrar tabus. Para fazer um omelete, é preciso quebrar uns ovos. É um mal necessário".
A banda também sustenta que "MTV ao Vivo" não é um projeto caça-níqueis. "Vamos pagar 0,66% dos royalties das últimas seis faixas de cada CD para as lojas", afirmou Fred. "Se quiséssemos ganhar dinheiro, não teríamos feito esse disco", completou Rodolfo.
A leitora Simone Ribeiro, 18, criticou as "patricinhas" que começaram a frequentar os shows da banda depois do sucesso do CD anterior dos Raimundos. "Ninguém nasceu punk", defendeu Fred. "Elas também podem ir e curtir", adicionou o guitarrista Digão. "Eu, por exemplo, curtia Sidney Magal quando era moleque", revelou Rodolfo. "Elas estão começando a conhecer o que você já conhece há uma data. Vai que uma delas começa a namorar um maluco e tem um filho metaleiro..."
(MARCELO VALLETTA)

NOTAS

Cyndi Lauper relança primeiro CD
O CD que transformou a cantora Cyndi Lauper em um fenômeno norte-americano (antes do "Like a Virgin", da Madonna, que acabou roubando a cena) será reeditado nos EUA, em novembro, com três faixas-bônus. Trata-se de "She's So Unusual" (83), primeiro CD solo de Cyndi, que terá versões ao vivo de "All through the Night", "She Bop" e "Money Changes Everything", gravadas na Califórnia, em 1984. Há ainda os clássicos "Time after Time" e "Girls Just Want to Have Fun" e uma versão para "When You Were Mine", de Prince.

Motoboys são alvos de campanha
Os motoboys são o principal alvo do Programa de Redução de Acidentes com Motocicletas, da Abram (Associação Brasileira de Motociclistas), lançado na semana passada. A Abram acha o estilo de pilotagem deles ofensivo. Mas a campanha quer alcançar todas as classes de motociclistas. Segundo a entidade, há uma morte por dia causada por acidente de moto. Estão previstas aulas práticas para motoboys, criação de motovias, uma parceria entre o Senai e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), entre outras medidas.

Garoto planejou matar o "N Sync
A mãe de um adolescente de 17 anos do Tennessee (EUA) entregou o filho à polícia quando descobriu que ele tinha um plano de assaltar uma loja de armas e assassinar os integrantes do grupo "N Sync após um show em Atlanta. O motivo para o crime, segundo o xerife local, seria o fato de os garotos do "N Sync faturarem as melhores meninas.

Vídeo mostra "mulher-vaca"
O documentário "Geotomia", de Marcelo Garcia, que será exibido no festival Mix Brasil, mostra a transformação da "body artist" Priscilla Davanzo, 22, em uma "vaca". A moça está tatuando o corpo, desde abril, com grandes manchas pretas. Das 12 horas captadas em DV, restaram 19 minutos para o vídeo -que também usou uma microcâmera acoplada à máquina tatuadora. No site www.gothic.art.br/vaca há informações sobre o projeto, fotos e o próprio documentário. No Mix Brasil, em São Paulo, as exibições serão nos dias 12/11, no Centro Cultural São Paulo, e 18/11, no MIS.



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