São Paulo, sábado, 3 de março de 2012

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Ai que calor?!

Lugar onde o Brasil faz pesquisa na Antártida não é tão gelado quanto se imagina; usei camiseta lá!

DE BRASÍLIA

Desembarquei pela primeira vez na estação Comandante Ferraz no fim de 2001, para fazer uma reportagem sobre os 20 anos do Programa Antártico Brasileiro. Fazia calor e fiquei algum tempo lá fora de camiseta. Sim, camiseta.
A estação brasileira fica numa linda praia, onde as temperaturas no verão em geral são positivas. Com 3°C acima de zero, sol forte (raridade no lugar, sempre nublado) e sem vento, deu para arriscar. Os cientistas que davam a sorte (ou o azar) de passar as festas de fim de ano lá eram mais ousados: pulavam sete ondinhas no Ano Novo, no gélido oceano Austral.
As focas-de-weddell e os pinguins que frequentam a enseada onde fica a base nunca entenderam o hábito. A ilha Rei George, onde o Brasil desenvolve boa parte de suas atividades polares, está longe de ser a geladeira que muita gente imagina. Está afastada do manto de gelo que cobre o continente, bem ao norte do Círculo Polar Antártico e tão longe do polo Sul quanto de Porto Alegre.
Ali, no pior inverno, a temperatura raramente cai abaixo dos 20°C negativos. Em Boston, nos Estados Unidos, faz mais frio. Tanto que americanos batizaram a estação científica que mantêm no local de Copacabana.
(CLAUDIO ANGELO)

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