São Paulo, sábado, 16 de março de 2013

Cafuné

Sobre cocôs

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Tem gente que faz cocô em qualquer lugar. Peraí! Quando eu digo em qualquer lugar, não vá pensando que é em qualquer lugar mesmo, é em qualquer banheiro, viu?
Então, como eu ia dizendo, não importa muito se é um banheiro limpo ou sujo, se é o de casa ou o do restaurante ou mesmo o da loja de 1,99 da rua Teodoro Sampaio. Vai lá e pronto! Sai que é uma beleza. Outros precisam de mais intimidade com o local, então só conseguem no banheiro de casa mesmo.
Uns fazem rapidinho, não gastam muito tempo na privada, enquanto alguns precisam de todo o tempo do mundo, ficam lá concentrados e com os olhos lacrimejantes, pensando na morte da bezerra.
Alguns cocôs são finos e compridos, outros são gordos e embolotados. Tem ainda os cocôs bolinha, que parecem feitos por um cabrito, e uns cocôs bicolores, muito engraçados e curiosos.
Cocôs vêm em muitos formatos diferentes, cada situação tem o seu. Eu ia dizer que cada um tem o seu formato característico, mas não é verdade -depende do que comemos, do nosso corpo naquele dia, enfim. Se comemos muita beterraba, é batata que o cocô sai avermelhado; se comemos milho, os pontinhos amarelos estão lá com certeza. Se bebemos muita água de coco, o cocô sai molinho; se comemos muita maçã, ele demora a sair.
Cocô é assunto sério que adulto insiste em achar que é nojeira, mas é fascinante, não é?


Texto Anterior | Índice


Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.