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      São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2004
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ATUALIDADES

Paramilitares depõem armas na Colômbia

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Cerca de 800 combatentes do grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), de extrema direita, depuseram armas em Medellín. A iniciativa dos rebeldes não representou o fim da AUC, que, em conjunto com outras facções paramilitares, reúne mais de 13 mil homens em armas.
"Bem-vindos à vida civil". Foi com essas palavras que o negociador do governo recebeu as primeiras armas dos ex-rebeldes. Alvaro Uribe, presidente da Colômbia, diz acreditar que o gesto simbólico da AUC possa promover o diálogo para colocar fim a essa longa guerra civil.
O conflito colombiano começou nos anos 60 com o surgimento da guerrilha marxista, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), partidários do projeto revolucionário socialista tão em voga na América Latina à época. Em oposição à esquerda, para proteger os grandes proprietários de terra da ameaça guerrilheira, surgiram nos anos 80 as milícias paramilitares de extrema direita. Sob a sigla AUC, várias facções treinadas pelo Exército converteram-se numa força militar paralela. Freqüentemente, foram acusadas de praticar massacres contra camponeses suspeitos de apoiar os guerrilheiros.
Para agravar ainda mais esse cenário de conflito protagonizado pela esquerda, por paramilitares e por forças do Estado, surgiu nos anos 80 o narcotráfico, representado pelos cartéis de Cali e Medellín. Acusados de oferecer contribuição financeira aos grupos em conflito, os narcotraficantes se infiltraram na estrutura do Estado.
Uribe conta com o apoio financeiro e logístico dos EUA para pôr fim ao conflito. Numa ação conjunta com os norte-americanos, busca implementar o Plano Colômbia, orçado em US$ 7 bilhões, para combater o narcotráfico e derrotar a guerrilha marxista.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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