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ATUALIDADES
Paramilitares depõem armas na Colômbia
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Cerca de 800 combatentes do
grupo paramilitar Autodefesas
Unidas da Colômbia (AUC), de
extrema direita, depuseram armas em Medellín. A iniciativa dos
rebeldes não representou o fim da
AUC, que, em conjunto com outras facções paramilitares, reúne
mais de 13 mil homens em armas.
"Bem-vindos à vida civil". Foi
com essas palavras que o negociador do governo recebeu as primeiras armas dos ex-rebeldes. Alvaro Uribe, presidente da Colômbia, diz acreditar que o gesto simbólico da AUC possa promover o
diálogo para colocar fim a essa
longa guerra civil.
O conflito colombiano começou nos anos 60 com o surgimento da guerrilha marxista, as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) e o Exército de
Libertação Nacional (ELN), partidários do projeto revolucionário
socialista tão em voga na América
Latina à época. Em oposição à esquerda, para proteger os grandes
proprietários de terra da ameaça
guerrilheira, surgiram nos anos
80 as milícias paramilitares de extrema direita. Sob a sigla AUC, várias facções treinadas pelo Exército converteram-se numa força
militar paralela. Freqüentemente,
foram acusadas de praticar massacres contra camponeses suspeitos de apoiar os guerrilheiros.
Para agravar ainda mais esse cenário de conflito protagonizado
pela esquerda, por paramilitares e
por forças do Estado, surgiu nos
anos 80 o narcotráfico, representado pelos cartéis de Cali e Medellín. Acusados de oferecer contribuição financeira aos grupos em
conflito, os narcotraficantes se infiltraram na estrutura do Estado.
Uribe conta com o apoio financeiro e logístico dos EUA para pôr
fim ao conflito. Numa ação conjunta com os norte-americanos,
busca implementar o Plano Colômbia, orçado em US$ 7 bilhões,
para combater o narcotráfico e
derrotar a guerrilha marxista.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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