UOL

      São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2004
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENSINO EMPRESARIAL

EM 1999, O PAÍS TINHA APENAS 20 INSTITUIÇÕES, QUE OFERECEM DE TREINAMENTO A MBA

Brasil supera marca de cem unidades corporativas

Luiz Carlos Murauskas - 27.fev.2003/Folha Imagem
Alunos da universidade corporativa do Citibank comemoram término de curso em São Paulo


LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil já superou a marca de cem universidades corporativas, segundo especialistas e o Ministério do Desenvolvimento. É um aumento significativo para o país, que no início da década de 90 não contava sequer dez instituições desse tipo -estima-se que, em 1999, havia apenas 20 delas.
A universidade corporativa é uma instituição de ensino diferente da que o vestibulando está acostumado a ver. A maior diferença é que sempre está ligada a algum tipo de empresa, como bancos, indústrias e companhias prestadoras de serviço, e não emite diploma de graduação. Os cursos são para funcionários, revendedores, pessoas de empresas terceirizadas, clientes e outros envolvidos no negócio.
O Brasil ainda está longe de alcançar os Estados Unidos, que lideram a criação desse tipo de universidade. Lá, são mais de 2.000 empresas que já aderiram ao método empresarial de ensino. Segundo a Confederação Nacional das Indústrias, o número de instituições naquele país pode passar de 4.000 em 2010, o que irá superar a quantidade de universidades tradicionais.
Nos EUA, apesar de o conceito de universidade corporativa ter sido criado em 1955 pela General Motors, o grande impulso do setor ocorreu somente nos anos 80.
Os cursos oferecidos são os mais diversos. Podem ensinar a prática do trabalho para novos funcionários, dar técnicas avançadas de administração para a diretoria, envolver grandes nomes do marketing para o pessoal do setor e, inclusive, oferecer um MBA (pós-graduação "lato sensu", que não dá diploma de mestrado ou doutorado).
Não é comum que seja oferecida uma graduação nas universidades corporativas. Quando isso acontece, em geral, os cursos são oferecidos por instituições de ensino credenciadas pelo Ministério da Educação e que fazem parceria com as empresas. No currículo, além da grade tradicional, são acrescentadas matérias específicas da prática da companhia.
"Nos EUA, onde a cultura das universidades corporativas já ganhou força, as matérias cursadas nessas instituições valem créditos nas faculdades tradicionais", afirma Carlos Monteiro, presidente do Grupo CM de Consultoria Educacional.
A carga horária dos cursos de uma universidade corporativa pode variar de um fim de semana a até mais de dois anos. Em geral, o aluno recebe um certificado de conclusão, mas ele não tem o valor de um diploma de graduação. Ou seja, cursar a universidade corporativa não dispensa os estudantes de fazerem uma faculdade tradicional.
A universidade corporativa também não requer um espaço físico para existir. Os cursos podem ser oferecidos por meio do ensino a distância. A Pirelli Pneus, por exemplo, irá treinar cerca de 7.000 funcionários de toda a sua rede de 1.200 revendas na América Latina por meio de um programa de e-learning. Do próprio terminal de computador do trabalho, o profissional poderá receber as aulas.



Texto Anterior: Atualidades: Paramilitares depõem armas na Colômbia
Próximo Texto: Universidade do Hambúrguer dá aulas gerenciais
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.