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      São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003
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A FAMÍLIA

AUXÍLIO VAI DESDE DISCUTIR A ESCOLHA DA PROFISSÃO ATÉ ESTUDAR COM ALUNO

Pais entram em cena na hora de ajudar vestibulando

Flávio Florido/Folha Imagem
O estudante Andreas (dir.), que recebeu ajuda do irmão, Thomas (esq.), para as provas da USP


LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

A família pode ajudar o estudante na época do vestibular de diversas maneiras. Cada uma encontra a sua saída, como disponibilizar uma área exclusiva de estudo na casa, buscar informações sobre a carreira de interesse do vestibulando e sugerir reuniões familiares para discutir as dificuldades e os meios de superá-las.
A estratégia do aposentado Francisco Soto Martins, 58, foi acompanhar todo o processo do vestibular de sua filha Alessandra Soto, 21, na prática: inscreveu-se no processo seletivo da USP e nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Alessandra diz que o estímulo deu certo. A vida do pai foi marcada por dificuldades. Ele era um trabalhador rural no Paraná, terminou a oitava série do ensino fundamental aos 23 anos e fez um curso supletivo depois dos 30 para concluir o ensino médio. "Sempre soube que um dos maiores desejos dele era entrar na faculdade. Isso foi um estímulo para que eu e ele estudássemos com mais empenho."
Soto, que atualmente mora em Santo André, na Grande São Paulo, diz que nos fins de semana fazia com a filha uma espécie de maratona de estudos. Eles ensinavam um ao outro as matérias exigidas para as provas, trocavam exercícios e faziam disputas de conhecimento. Ela utilizava livros do cursinho, e ele, algumas das obras que comercializa como forma complementar de renda. "Criamos um clima competitivo e um espaço aberto para conversarmos sobre as dificuldades."
Alessandra conseguiu uma vaga no curso de história, e Soto, que não seguirá a graduação por falta de tempo e de recursos financeiros, entrou em filosofia.
A professora Maria Ricci, 57, aproveita a prática da profissão para auxiliar o filho Diodinei Ricci, 19, que disputará uma vaga em zootecnia. Durante uma hora por dia, ela ensina ao filho química e física. Ela aborda os conhecimentos que serão exigidos no vestibular e nos primeiros anos da faculdade, para que ele possa saber mais sobre o curso e certificar-se de sua escolha.
Maria Ricci afirma que, como mãe, também possui incertezas e ansiedades sobre o rumo que o filho seguirá. Para diminuir o nervosismo, chamou Diodinei para uma conversa e discutiram sobre o curso escolhido, as faculdades e a preparação para as provas do processo seletivo.
O estudante Andreas Uffer, 21, por sua vez, recebeu o auxílio do irmão, Thomas, 23. Uffer escolheu a carreira de engenharia, a mesma que seu irmão já cursava. Thomas diz que deu algumas dicas sobre as provas e sobre os obstáculos que enfrentou na época em que fez o vestibular.
"Tinha a liberdade de procurá-lo sempre que tinha dúvidas. Geralmente, estudávamos matemática e física", afirma Andreas Uffer. Os irmãos dizem que, devido ao interesse nas matérias de exatas, debatiam por horas as aplicações que elas tinham na prática, inclusive em situações de engenharia. Assim a matéria ficava mais fácil de ser assimilada.


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