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      São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003
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OS FILHOS

Estudantes pedem paciência no período que antecede as provas dos processos seletivos

DA REPORTAGEM LOCAL

"Os pais precisam ter paciência e compreensão com os vestibulandos, pois, quando passamos pelo período do vestibular, temos muita coisa na cabeça, e ficar pressionando não ajuda em nada", afirma Luciana Botter, 21, estudante de psicologia. Ela diz que o momento de maior pressão foi aquele em que ela decidiu mudar a sua opção de carreira -de direito para psicologia. "A novidade não foi aceita com facilidade. Tive de convencer meus pais de que estava certa sobre a minha escolha."
Ela diz que a sua família aproveitava os momentos em que estavam reunidos, como a hora do jantar, para conversar sobre os problemas que enfrentava. As discussões poderiam ser sobre a escolha da carreira, sobre os estudos ou sobre os obstáculos do cotidiano. Segundo ela, as conversas a ajudaram a ficar mais calma e segura quanto ao caminho que havia escolhido.
O vestibulando também deve estar preparado para as eventualidades que surgirem nos meses que antecedem as provas.
Samir Saraiva Cheida, 22, que cursa audiovisual, diz que a avó ficou gravemente doente enquanto ele estudava para os exames do processo seletivo.
"Em alguns momentos, foi difícil me concentrar, pois o ambiente era triste e havia a agitação para levar a minha avó ao médico e para fazer os exames de saúde."
Cheida diz que teve de tentar isolar-se dos acontecimentos para conseguir manter o ritmo de estudos que mantinha anteriormente.
Juliana Fochi Silveira Araújo, 20, estudante de psicologia, afirma que enfrentou uma grande pressão de sua família. Os avós e os pais são médicos e queriam que ela seguisse essa profissão. "Eles diziam que psicologia não era carreira e não me motivavam para seguir o curso."
Araújo diz que colocou o "peso" de sua escolha nos ombros para encontrar estímulo para estudar. "Tinha de pensar que a minha opção seria para toda a vida. E eu queria psicologia." Ela afirma que, caso não tivesse passado no vestibular, teria ficado ressentida com os pais. A estudante diz que o interesse da família somente foi maior quando ela já estava fazendo a matrícula para o curso. "Queria que eles tivessem se interessado desde o princípio."


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