ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A estatística, apesar de pouco conhecida dos vestibulandos, pode ser uma boa opção para quem gosta da área de exatas, mas não quer fazer a tradicional engenharia. Além de geralmente ter uma relação candidato/vaga baixa nos vestibulares, a carreira oferece um campo de atuação amplo, com um bom mercado de trabalho.
Sempre que uma situação envolve incertezas e probabilidades, o estatístico pode atuar, fornecendo informações para auxiliar na tomada de decisões. Com a aplicação de suas técnicas, ele consegue medir o grau de incerteza envolvido. Isso fica claro em pesquisas eleitorais, quando se diz que a margem de erro tem um determinado percentual.
Para fornecer essas informações, o estatístico transforma um conjunto grande de dados isolados em informações resumidas, úteis para determinada finalidade, e "limpas" das incertezas.
Para um departamento de marketing saber se os consumidores estão satisfeitos com um produto, por exemplo, não há como perguntar a opinião de todos eles. O estatístico, então, determina uma amostragem de consumidores representando o todo. Já na área de seguros, como não há certeza se uma pessoa irá bater o carro, o estatístico analisa quantidades grandes de acidentes para determinar qual a probabilidade de um cliente precisar do seguro. Conforme esse dado, o seguro de um homem jovem será mais caro do que o de uma mulher de meia idade, por exemplo.
"O estatístico tem a função de resumir informações. A partir de dados de 1 milhão de clientes de conta corrente, por exemplo, o estatístico é capaz de tirar um perfil, para que o banco possa saber em quem deve enfocar a sua publicidade", disse José Matias de Lima, chefe do departamento de ensino e pesquisa da Ence (Escola Nacional de Ciências Estatísticas). A escola é ligada ao IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão responsável pela realização do censo.
Essa capacidade de extrair informações de conjuntos de dados, segundo ele, tem aumentado muito o mercado de trabalho para os estatísticos. "Com a globalização, a quantidade de informações acumuladas pelas empresas é cada vez maior, mas precisam ser trabalhadas para serem úteis."


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