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      São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003
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ATUALIDADES

Síria luta para não ser o novo membro do "eixo do mal"

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Recentemente, a Síria negou as acusações dos EUA de possuir armas químicas e reafirmou nunca ter cooperado com o governo deposto de Saddam Hussein. Sob a retórica ameaçadora de Washington, o presidente Bashar al-Assad reiterou que seu país não abriga terroristas nem dá proteção a ex-militares iraquianos. O país ajusta o seu discurso para não ser considerado, depois do Afeganistão e do Iraque, um novo membro do "eixo do mal" e potencial alvo da "ação preventiva" americana.
Com mandato francês desde 1920, a Síria alcançou sua independência apenas em meados da década de 40. No final dos anos 50, um plebiscito aprovou a fusão da Síria com o Egito na República Árabe Unida (RAU) sob o comando do líder egípcio Gamal Abdel Nasser. Com o fracasso da RAU, em 1961, o país mergulhou numa crise política que levou ao poder o partido árabe socialista Baath, do líder nacionalista Michel Aflaq, de linha semelhante à de Saddam Hussein.
Ativa participante dos conflitos árabe-israelenses, a Síria teve as colinas de Golã ocupadas por tropas israelenses durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981. Damasco recusa-se a aceitar qualquer acordo de paz com Israel, a menos que Golã, importante por seus recursos hídricos, seja devolvida.
Com a queda de Bagdá, a Síria passa a ter um papel de destaque para a paz e a segurança de Israel. Herdeiro de Hafez al-Assad, que passou a governar a Síria em 1970, Bashar al-Assad assumiu o poder com a morte do pai, em junho de 2000. Pressionado pela Casa Branca, modera o discurso e propõe uma ampla negociação para o desarmamento da região. Prudente, sua estratégia indica a intenção de aproximar-se de Washington. Desconfiados, Israel e Ariel Sharon põem-se em alerta.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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