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Estudos também ficam prejudicados
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o estresse, o aluno diminui a sua capacidade de concentração e de absorção das informações, o que, em ano de vestibular,
gera ainda mais estresse, que diminui o rendimento no estudo, e
assim segue o ciclo vicioso.
O aumento da sensibilidade por
causa do estresse faz com que a
candidata de engenharia de alimentos Carolina Guerino Pedral,
19, muitas vezes não consiga se
concentrar nas aulas do cursinho.
"Por mais baixa que seja, qualquer conversinha atrás de mim
me deixa tão irritada que acabo
prestando mais atenção no papo
do que no professor. Se estivesse
bem, esqueceria que tinha gente
falando. Com isso fico ainda mais
nervosa, porque sei que a aula é
importante", afirmou Carolina.
O problema, porém, não fica
restrito às aulas. O estudo em casa
também pode ficar comprometido com o estresse. "Tem dia que
não adianta estudar porque não
dá para aprender. Mas aí atrasa a
matéria, o que acaba me deixando
mais nervosa", disse ela.
Segundo a professora de psicologia da Unesp e uma das autoras
do estudo, Sandra Leal Calais,
quanto mais estressado o vestibulando, menos ele entende. "Em
níveis baixos, o estresse é até útil,
porque deixa a pessoa mais esperta. Quando ele é duradouro, entretanto, pode inibir a resposta inteligente e o raciocínio lógico."
Romper o ciclo vicioso, contudo, não é fácil. Caso o aluno não
consiga sozinho, deve procurar a
ajuda de profissionais. "O vestibulando percebe que não tem retorno de seu esforço e se estressa
mais, até chegar a um ponto em
que não agüenta e desiste ou então dá uma parada. O ideal é que
ele saiba lidar com o estresse antes
de chegar a esse ponto", disse a
psicóloga Marilda Lipp, da PUC
de Campinas.
Para atenuar o estresse, especialistas recomendam alimentação
rica em verduras e legumes, exercícios físicos regulares, atividades
relaxantes e aprender a respeitar
os próprios limites.
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