São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008
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CARREIRA

Design gráfico trabalha com visual

Atuação do profissional inclui criação de páginas de jornais e desenvolvimento de animações

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO

Em tempos de "Kung Fu Panda", "Speed Racer", "O Incrível Hulk" e outros longas-metragens que impressionam pela perfeição dos detalhes, a carreira de designer gráfico está cada vez mais em alta.
O profissional é o responsável por fazer desenhos que reproduzem elementos da vida real quase que com perfeição -como os animais e os cenários do filme "A Era do Gelo". Com o domínio de programas de computador específicos, como o EVA, o Photoshop e o Adobe Illustrator, passam meses na produção de um filme.
O campo de atuação é amplo. O designer gráfico encontra mercado tanto na mídia impressa -jornais e revistas- como na eletrônica -emissoras de TV, produtoras e internet.
Os profissionais podem também trabalhar em parceria com agências de publicidade, criando animações que chamem a atenção dos clientes sobre determinado produto, como é o caso da propaganda da palha de aço Assolan.
Além disso, são eles que dão a cara de jornais, revistas, panfletos publicitários, sites etc. Com técnicas de comunicação visual, o designer gráfico deve saber como a página de um jornal vai atrair mais o leitor -que cores usar e como deve ser a disposição das reportagens, por exemplo, são pontos importantes para o profissional da área.
Segundo o MEC (Ministério da Educação), há pelo menos 35 cursos tecnológicos na área de design gráfico e 29 instituições que oferecem a graduação tradicional. Muitas vezes o curso aparece com outro nome: desenho industrial com habilitação em design gráfico. Ilustração, ergonomia e programação visual são algumas das disciplinas vistas na graduação. O salário inicial na área varia entre R$ 1.500 e R$ 2.500.
Formado há oito anos, o designer gráfico Beto Shibata, 32, trabalhou na mídia impressa por dois anos e meio, na revista "MTV", que hoje não existe mais. Há seis meses, passou a atuar na mídia eletrônica -ele é da equipe de direção de arte do canal MTV. É ele quem cria e desenvolve as chamadas dos programas da emissora.
Além disso, participa também da elaboração dos cenários das atrações do canal. Para o programa "15 Minutos", por exemplo, ele trouxe elementos que refletem a personalidade do apresentador, Marcelo Adnet. "Vimos que livros ele lia, de quais filmes ele gostava e trouxemos isso para o cenário", diz.
Muitas vezes o telespectador nem nota esses detalhes, como os livros na estante e os pôsteres do "quarto" onde é gravado o programa, mas eles são essenciais para que haja comunicação com o público. "Se fizéssemos um cenário superartificial, o público não iria gostar."

Não-regulamentada
Apesar de estar em alta -neste mês, por exemplo, a produtora de jogos de videogame francesa Ubisoft deve abrir um estúdio em São Paulo e contratar, em quatro anos, 200 pessoas-, a profissão ainda não é regulamentada, o que atrapalha a atuação dos profissionais.
"Hoje, qualquer um diz que é designer, porque não é cobrado o diploma na área", afirma Sergio Casa Nova, coordenador do curso na faculdade Belas Artes. Ele defende a obrigatoriedade do diploma. "É como alguém dizer que é músico sem nem pertencer à Ordem dos Músicos", critica ele. "A regulamentação é fundamental para balizarmos a atuação do designer e impedirmos a atividade de "designers piratas" [aqueles que não fizeram o curso]."


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