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REDAÇÃO DO LEITOR
Falta de fluência atrapalha leitura
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O texto transita pelo tema da violência sem grandes dificuldades, lembrando que o desemprego, aliado à força do narcotráfico, à impunidade e às
deficiências da segurança pública no país, está na origem do
problema. A principal conseqüência disso é que muitos
passam de vítimas a vilões, o que resulta no paradoxo de que
cidadãos honestos se aprisionam em suas casas enquanto
criminosos estão à solta.
As soluções propostas são
aquelas que todos conhecem: investimento em educação, moradia e trabalho, assim como uma ação firme para debelar o tráfico de drogas, gerador do crime organizado.
Como essas idéias são amplamente divulgadas -e não propriamente originais-, o que ganha importância num texto como esse é a organização do pensamento, que deve revelar a capacidade de expressão exata do raciocínio. E isso inclui uso preciso do vocabulário e das fórmulas sintáticas.
A redação peca pela falta de fluência. Há várias lacunas (que devem ser preenchidas) e, sobretudo, certa dificuldade de empregar o vocabulário. Por
exemplo: pessoas não "terceirizam" empresas, antes as contratam. Cabe a uma empresa terceirizar serviços.
Para que as frases fiquem mais claras, é importante evitar ambigüidades e repetições desnecessárias. Além disso, é preciso respeitar o paralelismo das
construções (veja o primeiro parágrafo), assim como buscar a ordem das palavras mais conveniente à clareza.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha
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