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ESCRITAS
11 carreiras aumentam peso da redação
Prova é cobrada de todos os alunos convocados para a segunda fase do vestibular da Fuvest
DA REPORTAGEM LOCAL
Português e redação são as
únicas provas que fazem parte
da segunda fase de todas as carreiras do vestibular da Fuvest.
Só isso já mostra a importância que a instituição dá ao bom
conhecimento da língua portuguesa por parte de qualquer
vestibulando, mas, neste ano,
uma boa parcela dos candidatos terá um motivo a mais para
dedicar atenção redobrada à
disciplina.
Onze carreiras oferecidas pela Fuvest dobraram o peso das
notas de português e redação
na segunda fase, entre elas jornalismo, terapia ocupacional,
geografia e ciências sociais
(confira a lista completa nesta
página).
De acordo com professores
ouvidos pela Folha, é principalmente na redação que os
candidatos que estão mais bem
preparados podem se diferenciar dos demais e garantir a vaga nas carreiras mais concorridas do vestibular.
"A prova de redação mede
uma competência diferente da
que as outras provas medem. A
grande diferença é que as demais disciplinas avaliam quanto o aluno adquiriu daquele saber já comprovado pelas inúmeras ciências, enquanto a redação vai avaliar a competência de reação do candidato
diante de uma questão de surpresa, onde ele é obrigado a improvisar", analisa o professor
Platão Savioli, do Anglo.
"O que se mede na redação é
a capacidade que o vestibulando tem de ensaiar um conhecimento, de buscar uma saída
sustentável para uma questão
ainda não resolvida, daí a chance de o aluno mais criativo se
destacar em relação aos demais", conclui Savioli.
Informação e criatividade
Para o professor de língua
portuguesa da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e autor do livro "Curso de Redação"
(Ed. Ática, R$ 38,50), Antônio
Suárez Abreu, o diferencial que
o aluno pode obter na dissertação é o que ele traz de novo para
a discussão acerca do tema
proposto.
"A Fuvest cobra na redação
coerência e coesão, correção
gramatical e adequação ao tema. Tudo isso é o que qualquer
candidato médio pode apresentar. Para aumentar a nota, a redação deve trazer criatividade e
informatividade, ou seja, deve
trazer um ponto de vista novo
proposto pelo aluno, fruto de
seu conhecimento pessoal sobre o assunto, e capacidade
criativa para relacionar conhecimentos."
É na relação dos fatos que
conta o conhecimento de mundo do candidato. "Meu conselho é que o vestibulando amplie
seu universo de leitura. É só
lendo que ele vai adquirir conhecimento que o capacite a
apresentar soluções originais
ao que se propõe debater", explica Abreu.
O candidato Bruno Casalotti,
20, que tenta uma vaga em
ciências sociais, diz concordar
com o professor.
"Uma pessoa que não lê não
consegue escrever. As palavras
não brotam da sua cabeça, é
preciso ler para adquirir estilo e
acumular argumentos." Bruno
diz ser leitor assíduo de jornais,
revistas e literatura política e
afirma que ficou satisfeito com
o aumento do peso da prova de
língua portuguesa. "Tenho facilidade com português, minha
mãe é professora e a literatura
já está no sangue."
Marina Ribeiro Cugler, 18,
que está prestando jornalismo,
também diz ter gostado da mudança, apesar de não ser tão ligada à leitura como Bruno.
"Em português eu me garanto",
dispara, confiante. "Gosto de
ler, mas sou um pouco preguiçosa. Com o cursinho, estou
lendo mais e, agora, para a segunda fase da Fuvest, estou
treinando redação direto", afirma Marina.
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