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EXPECTATIVA
Jovem amadurece com reprovação
Para especialistas, apesar de ser uma fase difícil, ele vê que não é sempre que ganhará na vida
Carol Guedes/Folha Imagem
![](../images/fo0502200801.jpg) |
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Barbara Nogueira Palmieri, aprovada em nutrição na Faculdade de Saúde Pública da USP depois de fazer três anos de cursinho
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um ano de estudos,
é difícil ver as listas de chamadas e não achar o seu nome, ou
achá-lo, mas numa classificação muito longe da aprovação.
Embora seja difícil, o melhor é
aceitar a situação e aprender a
lidar com isso. Segundo especialistas em comportamento, o
"não passar" é até positivo, pois
faz o jovem a amadurecer.
"Saber encarar a realidade é
um dos traços da pessoa adulta", diz o terapeuta Geraldo
Massaro, supervisor do departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Vivemos num mundo de alta
competitividade e é bom o vestibulando aprender que nem
sempre vai ganhar na vida."
A psicóloga Celi Piernikarz
tem a mesma opinião. "É muito
importante saber lidar com
perdas. Elas fazem parte do
crescimento e vão ajudar o adolescente a entrar na vida real."
Segundo Piernikarz, a desaprovação tem "claro, o lado negativo, mas o positivo é que ele vai
passar por um processo de auto-conhecimento, para saber
do que ele é capaz."
A tão sonhada aprovação no
vestibular da Fuvest levou três
anos para Barbara Nogueira
Palmieri, 21. Aluna do segundo
ano do curso de nutrição, ela se
diz superfeliz. "Estou realizada.
O esforço todo valeu a pena."
E o que diz sobre ficar três
anos no cursinho? "Não me arrependo. Foi uma época de
muitos aprendizados. Passei a
ser mais organizada e a lidar
melhor com o tempo."
Patrícia Gugliotta, psicóloga,
diz que o vestibulando que não
é aprovado deve, primeiramente, pensar até que ponto pode
ter sido responsável pela reprovação. "Ele tem que ser consciente dos esforços que fez e se
programar, estabelecer metas,
mesmo diante do fracasso." Ela
adverte os vestibulandos que,
cansados de prestar uma carreira difícil e não conseguir,
pensam em migrar para um
curso mais fácil. "Não adianta
buscar o mais fácil. Se quer medicina, tem que ser perseverante e não trocar por uma outra
área só porque é mais fácil."
O dia 10 de janeiro foi um dia
triste para Mariana Silva, 18. Já
matriculada em uma faculdade,
ela aguardava a lista do Mackenzie, sua primeira opção.
Não passou -ficou na 660ª posição. Consultou as listas de
chamada em espera anteriores
para ver até que posição costumavam chamar. Infelicidade:
até a posição 400 "ou um pouco
mais". "Queria muito o Mackenzie, mas não deu. Estou feliz
na minha segunda opção."
(LUISA ALCANTARA E SILVA e FERNANDA CALGARO)
Agradecimento ao Museu do Relógio Prof. Dimas de Melo Pimenta
(avenida Mofarrej, 840, São Paulo,
tel.: 0/xx/11/3646-4000; gratuito)
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