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FÍSICA
Energia, conservação e transformação: 3
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
O holandês M. C. Escher, mestre
em perspectiva gráfica, tornou-se famoso pela capacidade
de dar realidade em seus desenhos a situações fisicamente impossíveis. O foco central da reprodução ao lado é uma queda-d'água formada por um curso de
água fechado em que a água flui
indefinidamente. Se o leitor observar atentamente a figura, irá
perceber que a água, após cair e
movimentar o moinho, retorna à
altura inicial e volta a cair, como
em um movimento perpétuo,
sem o auxílio de agentes externos.
Uma das questões do vestibular
da PUC-SP reproduzia a famosa
litografia de Escher e afirmava
que numa montanha-russa o carrinho é levado até o ponto mais alto de sua trajetória com a ajuda de
um motor. Nesse ponto, é abandonado com velocidade quase
nula, passando a executar um
movimento de sobe-e-desce nos
trilhos que delineiam contornos
em forma de montanhas. A altura
máxima dessas montanhas é subseqüentemente menor à medida
que o carrinho avança em sua trajetória. O exercício solicitava que
os alunos elaborassem um texto,
segundo a mecânica clássica, que
justificasse a razão para uma situação ser possível e a outra não.
Uma solução ao exercício é que
o carrinho atinge alturas cada vez
menores, pois uma parcela da
energia mecânica vai se transformando em outros tipos de energia (térmica e sonora, por exemplo). Por outro lado, a situação do
quadro é impossível, pois a energia cinética da água que cai se
transforma, pelo menos parcialmente, na energia capaz de movimentar o moinho e, dessa forma,
não consegue mais retornar à altura inicial da queda.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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