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      São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003
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ATUALIDADES

Néstor Kirchner: a nova esperança argentina

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Com a renúncia de Carlos Menem, que se negou a disputar o segundo turno das eleições, assumiu a Casa Rosada Néstor Kirchner, líder peronista da Aliança Frente para a Vitória. Kirchner chega ao poder com 22% dos votos recebidos no primeiro turno, disposto a inaugurar uma nova era na política portenha: "Quero uma Argentina normal, com esperança e otimismo".
Kirchner, 53, como Menem, declara-se herdeiro político de Juan Domingo Perón (1895-1974), pai do "justicialismo", a revolução social em prol dos descamisados.
Menem, que abandonou o processo eleitoral, governou a Argentina por uma década (1989-1999). No início, alcançou a estabilidade econômica com a paridade dólar-peso e a redução dos gastos públicos. Controlou a inflação e reestruturou o país segundo o receituário neoliberal (privatização e abertura de mercado). Reeleito, passou a enfrentar problemas com a estagnação econômica, o alto índice de desemprego e denúncias de corrupção.
Seu sucessor, Fernando de la Rúa, renunciou em dezembro de 2001, antes de cumprir seu mandato. Domingo Cavallo, ministro da Economia, determinou a limitação dos saques em contas correntes, o "curralito", provocando a revolta do povo argentino, que promoveu saques e depredações e exigiu a renúncia do presidente.
Eduardo Duhalde foi eleito pelo Congresso em janeiro de 2002 com a missão de concluir o mandato de De la Rúa, estabilizar o país e marcar novas eleições.
Kirchner assume o país disposto a revitalizar a economia e a lutar contra a corrupção e contra as desigualdades sociais. Depois de visitar o Brasil e receber o apoio de Lula, Kirchner deixou claro que pretende fortalecer as relações econômicas com o país, revigorar o Mercosul e investir na integração da América Latina.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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