EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

A divinhe o que a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Polônia, a República Tcheca, a Eslováquia, a Hungria, a Eslovênia, mais as ilhas de Malta e de Chipre têm em comum. São países localizados a leste da extinta cortina de ferro, aquela linha fronteiriça entre a Europa "Ocidental" capitalista e a "Oriental" socialista, portanto, ex-membros do bloco socialista. Falso. Essas características servem para oito países, porém não para os insulares, Malta e Chipre.
Formam o grupo dos dez países que, a partir de 1º de maio, passaram a ser os novos integrantes da União Européia? Verdadeiro.
A UE (União Européia), resultante da evolução da CEE (Comunidade Econômica Européia), nunca sofreu em sua história uma expansão tão numerosa como essa do último final de semana, saltando de 15 para 25 integrantes.
Deixando a Alemanha Oriental de lado, que passou a pertencer automaticamente ao bloco a partir da reunificação com a Alemanha Ocidental, é a primeira vez que ex-países socialistas passam a integrar o bloco.
Esse fato indica que mais um passo importante foi dado para superar a herança de bipartição do continente, deixada pela Guerra Fria, no sentido da Europa unificada.
Os novos integrantes são mais pobres. A economia conjunta dos dez países contribuirá com US$ 500 bilhões para um PIB comunitário que já era da ordem de US$ 12 trilhões.
É exatamente essa desigualdade econômica que fez com que a maioria dos países que já participavam do bloco criasse mecanismos para impedir a migração maciça para seus territórios, principalmente a partir dos ex-países socialistas, limitando, portanto, para quase todos os 78,5 milhões de novos integrantes o direito de livre circulação dentro da comunidade.
Lembre-se de que a livre circulação de mão-de-obra, de mercadorias e de serviços constituem os pilares da União Européia.