ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Alvaro Uribe Vélez, 49, é o novo presidente da Colômbia. Eleito pela coalizão de direita Primeiro Colômbia com mais de 53% dos votos válidos, promete combater o narcotráfico e endurecer a luta contra as forças de esquerda.
A ascensão de Uribe, vitorioso no primeiro turno, marca o fim da hegemonia dos partidos Liberal e Conservador, que se revezavam no comando do país desde a independência da Espanha, no início do século 19.
Cansado da violência, dos seqüestros e da latente guerra civil que domina o país nos últimos 40 anos, o povo colombiano decidiu pelo discurso da força e do compromisso com o combate à guerrilha e à corrupção. Num pleito em que a abstenção superou a marca dos 52% do eleitorado, o voto em Uribe representou também uma reprovação ao governo de Andrés Pastrana, que fracassou no diálogo com a guerilha.
Ex-prefeito de Medellín, senador e governador do Departamento (Estado) de Antioquia, Alvaro Uribe, que assumirá em agosto, defende a formação de uma milícia de 1 milhão de civis para auxiliar as forças de segurança. Simpático à política de Washington, conta com a participação dos EUA na reestruturação do Plano Colômbia para combater as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), os paramilitares da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) e principalmente o narcotráfico.
Após a vitória, o presidente eleito moderou seu discurso. Declarou-se favorável a uma mediação internacional liderada pela ONU para retomar o diálogo com a guerrilha. Mas difícil mesmo será conjugar o crescimento econômico e o equilíbrio das finanças públicas com o aumento de gastos militares. Sem a ajuda da comunidade internacional, a cooperação dos países vizinhos e a participação das Nações Unidas, a missão de Uribe parece impossível.