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      São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003
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CARREIRA/TURISMO

MERCADO DE TRABALHO DO TURISMÓLOGO INCLUI SETOR PRIVADO E ÓRGÃOS PÚBLICOS

Na busca por turistas, profissão exige planejamento

Flávio Florido/Folha Imagem
Aline Maria Assis de Souza e Katiacilene B'Arco, que trabalham em uma agência de turismo


ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um aumento de 794% no número de cursos entre 1995 e 2001, turismo liderou o crescimento percentual da oferta de cursos nesse período, segundo levantamento feito pelo Ministério da Educação. No mesmo período, o número de cursos de administração aumentou 114%.
O fato de o custo de implantação do curso ser relativamente baixo deve ter contribuído para o aumento -36 cursos em 1995 para 322, em 2001-, já que os laboratórios necessários para a graduação não são tão caros como os de biológicas ou os de exatas. A perspectiva de o Brasil vir a fazer do turismo uma importante fonte de renda é também um dos fatores desse crescimento.
Para que o turismo se desenvolva, entretanto, não basta que o país seja dotado de belezas naturais. É necessário, sobretudo, que haja planejamento e investimento. É justamente nessas áreas em que trabalha o turismólogo, nome dado ao bacharel em turismo.
Em órgãos oficiais, como secretarias de Turismo, cabe ao profissional estudar o potencial turístico de uma região, como os atrativos naturais, históricos e culturais, e verificar o que precisa ser feito para aumentar a vinda de visitantes, como obras de infra-estrutura e treinamento de pessoal para trabalhar nos hotéis.
"Para o desenvolvimento do turismo é muito importante o apoio político. O Brasil tem potencial, mas falta uma política de turismo. Não se trabalha a infra-estrutura no país", disse Nadja da Silva Oliveira, coordenadora do curso de turismo da Universidade Metodista de São Paulo.
O planejamento é um aspecto importante também do setor privado. Antes da construção de um grande hotel, por exemplo, muitas vezes é necessário fazer um levantamento da viabilidade econômica do empreendimento. É com base nesse levantamento que se pode determinar qual a quantia a ser investida e até mesmo qual é o número ideal de quartos.
"Hoje ainda se constroem hotéis no Brasil sem planejamento. Chama-se um arquiteto, sem fazer pesquisa de localização ou de mercado, e pede-se um projeto. Por isso vemos grandes resorts amargando só 15% de ocupação dos quartos", disse Mario Beni, professor de turismo da USP.
Outra atividade que vem atraindo profissionais da área e que é o foco do recém-criado curso da Unesp é a relação do turismo com o ambiente. A preocupação, nesse caso, é a geração de lucro sem a degradação do meio.
Os alunos que entraram neste ano no curso vão estudar a região beira-rio do campus de Rosana (SP). "Há um potencial turístico mal explorado, e tem-se de estudar o impacto no ecossistema", disse Maria Isabel Castreghini de Freitas, coordenadora de implantação do curso.


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