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ATUALIDADES
Rússia endurece contra tchetchenos
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Pesquisas indicam que cerca de
85% dos russos aprovaram o
uso da força contra os terroristas
que tomaram o teatro do Palácio
da Cultura, em Moscou, no último dia 23. Os rebeldes exigiam a
retirada imediata das tropas russas da Tchetchênia. A operação de
resgate, autorizada pelo presidente russo Vladimir Putin, resultou
na morte de 120 dos 750 reféns.
Localizada no Cáucaso, entre os
mares Negro e Cáspio, a Tchetchênia declarou sua independência em 1991, valendo-se do caos
político após o golpe articulado
por oficiais de linha dura e por
membros do PCUS contra Mikhail Gorbachev, o arquiteto da
perestroika. De um tanque, o então presidente da Rússia, Boris
Ieltsin, comandou a resistência,
assumiu o controle da agonizante
União Soviética e patrocinou a
formação da CEI (Comunidade
dos Estados Independentes).
Ieltsin ordenou a ocupação militar da Tchetchênia, em 1994,
com o objetivo de sufocar os separatistas. Destruiu a capital,
Grosny, e causou a morte de milhares de nacionalistas. Nem a assinatura de um acordo que concedia plena autonomia à República
rebelde, em 1996, interrompeu a
onda de violência. Radicais islâmicos separatistas passaram a
promover atentados contra alvos
russos.
Sucessor de Ieltsin, o ex-espião
Vladimir Putin intensificou os
ataques aos rebeldes a partir de
1999, em resposta aos atentados
ocorridos na capital russa. Moscou teme o avanço do fundamentalismo islâmico no Cáucaso.
Empenhado no resgate do orgulho nacional arranhado pelos
radicais tchetchenos, Putin promete combater sem trégua o terrorismo. Ao golpear energicamente o separatismo islâmico, ele
reafirma a hegemonia russa sobre
as imensas reservas minerais e petrolíferas da margem ocidental do
Cáspio. Pelo menos nesse episódio, sua inflexibilidade contou
com o apoio irrestrito da Casa
Branca.
Roberto Candelori é coordenador da
Cia de Ética, professor da Escola Móbile e
do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
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