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CARREIRA/DIREITO
CURSO, SEGUNDO MAIS PROCURADO NA USP E NA UNESP, OFERECE
MUITAS OPÇÕES DE ESPECIALIZAÇÃO
Ampla área de atuação compensa alta concorrência
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na USP, 12.386 estudantes tentarão conquistar as 460 vagas
oferecidas no curso de direito no
vestibular 2003. Só neste ano,
60.685 alunos se inscreveram no
provão e devem se formar até o
mês de dezembro. A concorrência para entrar na faculdade, entretanto, é compensada pela variedade de áreas de atuação.
As opções estão em escritórios,
em empresas ou na carreira pública, em que o formado pode exercer a função de juiz, de promotor
e de delegado. Além dos campos
tradicionais, como o direito penal
e o tributário, outros novos surgiram recentemente, como o direito
ambiental e o regulatório, que
cuida de setores regulados por
agências, como a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações).
Se, por um lado, a grande oferta
de áreas de atuação é um ponto
positivo, por outro, pode gerar
dúvidas semelhantes às enfrentadas pelos vestibulandos na hora
da escolha de seu curso. Foi o que
ocorreu com Andréa Toledo Ciglioni, 27, que se formou na PUC-SP em 1998. "Eu estagiei em várias
áreas para descobrir de qual gostava. É preciso escolher uma área
de especialização, senão a gente
acaba virando uma espécie de clínico-geral", disse ela, que hoje
trabalha com a área comercial.
Na opinião dela, os estagiários
muitas vezes viram "office-boys
de luxo". "Ir a fóruns e acompanhar o andamento dos processos
é importante para que a pessoa
saiba como é o funcionamento da
Justiça", disse a advogada, que
hoje tem seu próprio escritório.
A carreira de juiz, que costuma
atrair a atenção de muitos estudantes, pode, entretanto, desanimar quem pensa que o serviço é
fácil e limitado apenas aos tribunais de júri. Ao contrário disso, a
sobrecarga de trabalho é algo comum. "O volume de processos
vem crescendo muito. Hoje a população abriu os olhos para seus
direitos, mas o número de juízes
não cresceu na mesma proporção", disse o diretor da Faculdade
de Direito da PUC-SP e juiz aposentado, Dirceu de Mello.
Milena Mendes Grado, 20, que
está no terceiro ano da PUC-SP,
pretende ser juíza e hoje estagia
com um magistrado. "Eu aprendo muito. Faço relatórios, acompanho audiências e negociações, e
o juiz comenta os processos."
Habilidades
Falar bem em público é bom,
mas não essencial para quem pretende estudar direito. "As intervenções orais são importantes,
mas não são tão freqüentes. O que
mais importa é o domínio da comunicação escrita, pois a maior
parte do trabalho é feita assim",
disse Sebastião Tojal, professor da
Faculdade de Direito da USP.
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