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GEOGRAFIA
Estudar o que mais gosta nem sempre é o ideal
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
No início do ano, quando o vestibulando começa a organizar
a sua rotina de preparação para os
processos seletivos, sempre vem a
dúvida: por onde começar os estudos de geografia?
Como em qualquer outra matéria, precisamos tomar cuidado
para não colocar o carro na frente
dos bois. Em matemática, por
exemplo, o que acontecerá se tentarmos estudar logaritmos sem
lembrar as regras de potenciação?
Vai ficar um pouco complicado.
Em geografia, alguns alunos
têm a sensação de que podem iniciar os estudos por qualquer item
e geralmente começam por aquele do qual mais gostam. O cuidado que devem tomar é analisar se
não há pré-requisitos indispensáveis para seguir nesse caminho.
Um exemplo clássico é tentar
estudar o relevo do Brasil sem recordar a estrutura geológica do
país e os agentes formadores do
relevo. Nesse caso, o vestibulando
vai precisar de muito mais esforço
para compreender aquilo que está
estudando.
Por falar em começar pelo que
mais gosta, é comum observar
um grande número de vestibulandos que resolvem iniciar a sua
preparação estudando geopolítica. No entanto, se não escolherem
o texto adequado para estudar,
correm o risco de terminar a leitura com mais dúvidas do que tinham antes de terem começado.
Muitos autores partem do pressuposto de que os leitores já conhecem o assunto, portanto fazem textos mais analíticos, deixando de explicar os conceitos básicos. Então esses textos são inadequados para quem está querendo começar a preparação.
Em geopolítica, o que costuma
acontecer é o aluno perceber que
deve estudar antes, entre outras
coisas, um pouco da história do
país ou da região.
Um dos equívocos mais comuns é começar a estudar um determinado país ou região sem saber a sua localização e sem ter
uma idéia de suas fronteiras. Já
imaginou você acompanhando
toda a evolução do caso dos atentados aos trens de Madri, no dia 11
de março, e o envolvimento ou
não de organizações bascas e, no
dia da prova, perguntarem onde
ficam os territórios bascos?
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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