DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil assistiu nos últimos dez anos a um avanço no mercado de trabalho para o designer industrial. Segundo Denise Dantas, chefe do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a abertura comercial do país e a estabilidade econômica geraram uma maior competitividade entre as empresas e, conseqüentemente, o crescimento da procura por novas idéias e produtos criativos.
"Há uma tendência de especialização dos escritórios de design: pessoas que só trabalham com embalagem, escritórios que lidam apenas com design de produtos e empresas que mexem com design de marcas", diz Luis Castellari, diretor da Keenwork Design e presidente do comitê de design da Abre (Associação Brasileira de Embalagens).
Para ele, o campo de trabalho é disputado e requer que o profissional acompanhe constantemente a evolução da tecnologia. "A principal ferramenta de trabalho do designer é a informática."
Segundo Denise Dantas, um dos desafios atuais da profissão é o desenvolvimento de produtos que agridam menos o ambiente. Isso pode ser caracterizado como uma tendência devido à crescente cobrança da opinião pública, à pressão e à aprovação de leis que regulamentam o uso de materiais poluentes e ao surgimento de certificados que atestam o cuidado da empresa com a natureza.
Para isso o design precisa utilizar componentes inofensivos ao ambiente, diminuir o desperdício e usar processos de reciclagem ou de reutilização de materiais.
Os designers brasileiros podem ainda explorar as riquezas do país para conseguir diferenciar-se dos concorrentes internacionais, diz Lucy Del Médico, coordenadora do curso de design industrial da UniFMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). "O Brasil possui diversos tipos de madeira, com certificação ambiental, que dificilmente são encontrados em outros países. Outro material de qualidade é o couro."
Segundo ela, o designer gráfico, além de trabalhar na indústria, pode atuar em locais como agências de propaganda e editoras.


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