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      São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003
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CARREIRA/DESENHO INDUSTRIAL

PROFISSIONAL TRANSFORMA EM DESENHO IDÉIAS DISCUTIDAS EM GRUPO ENVOLVIDO COM PROJETO

Mercado exige criatividade e rapidez de designer

Sven Kaestner - 15.mar.2001/Associated Press
Embalagens são peças que podem ser idealizadas pelo designer industrial


LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na década de 50, quando um designer era chamado por uma indústria para desenvolver um produto, ele tinha de percorrer toda a fábrica para ver quais seriam os limites que as máquinas utilizadas imporiam ao seu projeto.
Hoje, o avanço da tecnologia permite que a criação seja o condutor da linha de produção, diz Auresnede Pires Stephan, coordenador da Faculdade de Desenho Industrial da Belas Artes e professor da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e da Faculdade Santa Marcelina.
A planta da fábrica pode adaptar-se às idéias dos designers industriais. Isso possibilita uma reação mais rápida às exigências do mercado. "Conseqüentemente, houve uma adaptação desse profissional e dos cursos. Antes, as graduações eram direcionadas para uma formação mais técnica. Hoje, mantêm-se essa grade, mas há um enfoque em disciplinas como marketing, gestão de produto e sociologia do consumo", afirma.
O designer trabalha com profissionais de outras áreas, como engenharia, marketing e finanças. Quanto maior o nível de detalhes do projeto, maior será o grupo. A função do designer será transformar as exigências em desenho.
As terminologias também estão adaptando-se aos novos tempos. Com a informática e a internet, surgiram habilitações como a de webdesign, design de multimídia e design digital. Também são encontradas denominações como design de interfaces, design de embalagens e fashion design. Cada curso pretende enfocar um determinado segmento.

Áreas distintas
É possível, no entanto, separar duas grandes áreas distintas de formação. A primeira é conhecida pelos nomes de comunicação visual, programação visual ou design gráfico. Segundo Fábio Simões Grossi, coordenador do curso de desenho industrial do campus de Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a programação visual é o estudo de como representar graficamente uma informação, criando, organizando e definindo a melhor maneira de identificar e de apresentar uma idéia, seja ela um cartão de visitas ou um portal eletrônico.
Na segunda área, projeto de produto ou design de produto, o graduado trabalhará com a criação de objetos. Em cada estudo de projeto, serão avaliados a função e o uso do objeto, para propor soluções de praticidade, de estética, de menor custo de produção etc. Pode criar de móveis e eletrodomésticos a equipamentos industriais.
Quem optar pela área de projeto de produtos poderá seguir diferentes linhas de atuação. Uma está relacionada à criação de objetos únicos, de produção industrial restrita ou exclusiva, como móveis ou utensílios domésticos estilizados. A outra linha atenderá à fabricação em massa, procurando diminuir os custos na produção e obter preços mais acessíveis.
Para Myrna de Arruda Nascimento, coordenadora do curso de desenho industrial da Unip (Universidade Paulista), os produtos devem combinar eficiência, qualidade estética e funcionalidade. "O cliente precisa olhar o produto e sentir-se contente com a aquisição. Uma recompensa emocional. Tem de valer o investimento e preencher as ambições pessoais."
Na grade curricular do curso de desenho industrial, estão matérias como ergonomia, estética, sociologia, pesquisa de opinião pública, antropologia, matemática, economia, fotografia e desenho.
Para a habilitação em projeto de produtos, serão oferecidas, no fim da graduação, disciplinas como materiais de construção, elementos de máquinas, teoria de fabricação e sistemas mecânicos. Para a habilitação em programação visual, haverá técnicas de animação e ênfase em produção gráfica.


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