São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003 | |
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VÁLVULA DE ESCAPE PARA ESPECIALISTAS, É PRECISO TER HOBBIES E MOMENTOS DE RELAXAMENTO DURANTE O DIA Dosar estudo e lazer faz preparação render mais
ANDRÉ NICOLETTI DA REPORTAGEM LOCAL Para conseguir ser aprovado no vestibular, é preciso estudar muito. Ocupar todo o tempo disponível com a preparação, entretanto, não é a melhor estratégia. Para não sofrer com o estresse -o que pode diminuir o rendimento-, é importante que o vestibulando tenha momentos de lazer durante a semana. Nesses intervalos, o candidato consegue desviar a sua atenção do vestibular e, quando voltar para os livros, terá mais ânimo e, provavelmente, o estudo vai render mais. "Quem não faz mais nada, só estuda direto, diminui suas chances de passar no vestibular, porque não tem válvulas de escape nem, muitas vezes, tempo para absorver a matéria", disse Marilda Lipp, psicóloga da PUC-Campinas. Segundo ela, é importante que o vestibulando faça "séries mentais", intercalando períodos de 50 minutos de estudo com pequenas paradas para relaxar. Além disso, pelo menos um dia da semana deve ser reservado para o lazer. Na hora de tirar o estudo da cabeça, ter um hobby fixo, como atividades artísticas ou esportivas, auxilia muito no combate ao estresse. "O hobby tem um significado especial para cada pessoa, faz parte de um projeto de vida. Geralmente também envolve desenvolvimento pessoal, o que é bom para a auto-estima", disse Cintia Freller, professora de psicologia da USP. Alguém que toca um instrumento diariamente, por exemplo, sente que gradativamente vai se aprimorando. A guitarra é o hobby de Júlio Grings, 16, que irá tentar uma vaga em engenharia. Ele tinha uma banda até o começo do ano, mas teve de abandoná-la para poder fazer colégio pela manhã e cursinho à tarde. Ainda assim, ele toca o instrumento pelo menos uma vez ao dia e faz aulas semanalmente. "É muito bom para relaxar. Quando toco, não penso em mais nada", disse ele. Os psicólogos aconselham que os pais ajam como a mãe de Júlio, que, no início do ano, insistiu para que ele não parasse com as aulas. "Os pais ficam preocupados porque os filhos não estudam, querem que eles virem robôs. Isso é um erro. O filho é gente e precisa de lazer tanto quanto de comida", disse Marilda Lipp. Texto Anterior: Cartas Próximo Texto: Atividades extras não devem ser nova fonte de preocupação Índice |
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