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      São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003
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Atividades extras não devem ser nova fonte de preocupação

DA REPORTAGEM LOCAL

Se os hobbies são importantes para controlar o estresse, é preciso tomar cuidado para que eles não se tornem novas fontes de nervosismo nem ocupem o tempo do estudo.
O esporte, por exemplo, é uma das atividades mais recomendadas para combater o estresse, mas, caso o estudante o encare de forma competitiva, pode não trazer os mesmos efeitos benéficos. "A competição gera estresse. O ideal são os esportes cooperativos", disse Cintia Freller, da USP.
Segundo Sandra Leal Calais, professora de psicologia da Unesp, quando envolvem muita competição, os esportes são como profissões, o que acarreta estresse. Os demais hobbies também não devem ser encarados como tarefas. "Por mais que se goste do que se faz, o trabalho envolve responsabilidades, prazos, produtividade. Tudo isso gera estresse."
Nas aulas de teatro, saber que tem de decorar um texto ou que seu colega não está preparado gera estresse em Thaís Christinne dos Santos, 18. "Quando se faz teatro, é impossível não ter algum tipo de responsabilidade, por isso é importante saber separar as coisas muito bem", disse ela.
Se, quando o estudo vira o único foco de atenção da pessoa há estresse, o mesmo pode ocorrer se o hobby torna-se uma obsessão e o vestibulando não consegue separá-lo de outras atividades.
Apesar de já ter sido campeão brasileiro de futebol de botão, Cássio André Thomaz Parmezzani, 17, consegue separar a atividade do estudo. "Quando estou jogando, penso apenas no botão e, quando estudo, não me lembro do jogo", disse ele, que não vai aos treinos quando sabe que tem de estudar. Além do botão, ele joga futebol no colégio em que estuda.
Para separar o tempo dedicado a cada atividade, Sandra Calais recomenda que o estudante estabeleça quanto tempo irá dedicar ao hobby antes de começar a praticá-lo. "A pessoa deve estabelecer antes quando vai parar e voltar para o trabalho", disse ela, ressaltando que não conseguir com freqüência parar no limite estabelecido pode ser um sinal de que o hobby está virando uma compulsão.


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