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Ministério quer dobrar número de vagas na rede federal
DA REPORTAGEM LOCAL
A atual gestão do MEC pretende dobrar as vagas do ensino público federal. A discussão está
sendo feita entre o ministério e a
Andifes (Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior),
afirma Carlos Antunes, secretário
de Educação Superior do Ministério da Educação. Segundo ele,
outra proposta do governo é rediscutir a distribuição de bolsas
do Fies, para superar desigualdades regionais. Veja a seguir a entrevista concedida à Folha.
Folha - Haverá propostas para o
aumento do número de vagas no
ensino superior?
Carlos Antunes - Existe uma expectativa da sociedade pelo compromisso histórico dos políticos
que compõem a bancada do governo com o ensino público e gratuito na expansão da oferta de vagas. O MEC está formalizando um
protocolo com a Andifes no qual
se prevê, no mínimo, uma duplicação da oferta de vagas no ensino
superior público federal.
Folha - Será criada uma política
de cota para negros nas universidades?
Antunes - No que diz respeito ao
ensino superior, a orientação política do MEC está centrada em
criar uma política estratégica de
desenvolvimento nacional, por
meio de uma linha de inclusão social. Portanto, a correção de desvios históricos no que diz respeito
ao acesso de segmentos excluídos
está no centro das preocupações
do ministério.
Folha - O ministro afirmou que
orientará os reitores das universidade a realizarem vestibulares
com apenas duas provas: uma de
português e uma de matemática.
Os vestibulandos podem esperar
alterações nos processos seletivos?
O ensino superior adotará o PAS como processo de seleção?
Antunes - O ministro colocou a
questão do vestibular com opções
nas provas de português e matemática como uma idéia a ser discutida pela sociedade, não se tratando de orientação aos reitores.
Porém, as formas de acesso à universidade devem ser aplicadas, e o
PAS é uma experiência que deve
ser levada em conta.
Folha - Quais as possíveis mudanças no sistema de avaliação do ensino superior, o provão? O que está
errado ou incompleto no sistema
atual?
Antunes - Estamos com a comissão que está discutindo a política
de avaliação e a perspectiva com a
qual estamos trabalhando é a da
construção de uma avaliação global. A grande deficiência que percebemos e que a própria comunidade acadêmica tem apontado
em relação ao sistema atual é a
fragmentação dessa avaliação,
apontada apenas como momentos avaliativos, como é o caso do
provão.
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