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      São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003
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Ministério quer dobrar número de vagas na rede federal

DA REPORTAGEM LOCAL

A atual gestão do MEC pretende dobrar as vagas do ensino público federal. A discussão está sendo feita entre o ministério e a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), afirma Carlos Antunes, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação. Segundo ele, outra proposta do governo é rediscutir a distribuição de bolsas do Fies, para superar desigualdades regionais. Veja a seguir a entrevista concedida à Folha.

Folha - Haverá propostas para o aumento do número de vagas no ensino superior?
Carlos Antunes -
Existe uma expectativa da sociedade pelo compromisso histórico dos políticos que compõem a bancada do governo com o ensino público e gratuito na expansão da oferta de vagas. O MEC está formalizando um protocolo com a Andifes no qual se prevê, no mínimo, uma duplicação da oferta de vagas no ensino superior público federal.

Folha - Será criada uma política de cota para negros nas universidades?
Antunes -
No que diz respeito ao ensino superior, a orientação política do MEC está centrada em criar uma política estratégica de desenvolvimento nacional, por meio de uma linha de inclusão social. Portanto, a correção de desvios históricos no que diz respeito ao acesso de segmentos excluídos está no centro das preocupações do ministério.

Folha - O ministro afirmou que orientará os reitores das universidade a realizarem vestibulares com apenas duas provas: uma de português e uma de matemática. Os vestibulandos podem esperar alterações nos processos seletivos? O ensino superior adotará o PAS como processo de seleção?
Antunes -
O ministro colocou a questão do vestibular com opções nas provas de português e matemática como uma idéia a ser discutida pela sociedade, não se tratando de orientação aos reitores. Porém, as formas de acesso à universidade devem ser aplicadas, e o PAS é uma experiência que deve ser levada em conta.

Folha - Quais as possíveis mudanças no sistema de avaliação do ensino superior, o provão? O que está errado ou incompleto no sistema atual?
Antunes -
Estamos com a comissão que está discutindo a política de avaliação e a perspectiva com a qual estamos trabalhando é a da construção de uma avaliação global. A grande deficiência que percebemos e que a própria comunidade acadêmica tem apontado em relação ao sistema atual é a fragmentação dessa avaliação, apontada apenas como momentos avaliativos, como é o caso do provão.


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