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Conteúdo fraco compromete discussão do tema
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O texto inicia-se com períodos
descritivos, como se fosse
uma crônica. A dissertação deve partir de um tópico frasal
em que se proponha um problema a ser discutido. O texto
como um todo peca por manter certo tom apático.
Dizer que a escolha de um
candidato é difícil para quem
nunca votou e, "principalmente, para aqueles que não suportam política" é banalizar a discussão. Votar, decidir os caminhos a serem percorridos pelo
país, é cuidar da própria vida.
Trata-se antes de um exercício
explícito da cidadania que de
mero diletantismo de quem
aprecia o debate político.
Aqueles que dizem "não suportar política" correm o risco
de se tornarem alienados.
Ao fazer uma dissertação, é
preciso valorizar o tema em
pauta, procurar seus vários aspectos, problematizá-lo. O texto acabou enfocando, de maneira acrítica, a estratégia dos
candidatos em busca de votos.
Demonstra também uma incômoda aceitação do comportamento dos políticos que usam
da religiosidade, da humildade
e da simplicidade para alcançar
seus objetivos imediatos. Na
verdade, segundo o texto, esse
padrão de comportamento estende-se a todos os políticos.
Uma idéia curiosa, que poderia ter sido desenvolvida, vem
no fim do texto, quando se diz
que o otimismo das promessas
de campanha é positivo por levar o povo a crer em seu poder
de transformar o mundo. Conclui com um alerta sobre a importância de escolher criteriosamente os candidatos, embora a argumentação não tenha
seguido esse caminho.
Faltou consistência e organização das idéias.
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