São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002
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CARREIRA/BIOMEDICINA

Além de pesquisa, análise clínica é área que atrai biomédico

MERCADO INCLUI DIAGNÓSTICO POR IMAGEM; USP E UNIFESP PREPARAM PESQUISADORES

ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Inicialmente criado para formar pesquisadores, o curso de biomedicina ou de ciências biológicas - modalidade médica, como também é chamado, ganhou novas possibilidades de atuação no mercado de trabalho. Entre elas estão a análise clínica e o diagnóstico por imagem.
Os primeiros cursos surgiram no país em 1966 para formar pesquisadores e professores especializados nas áreas básicas da saúde humana, como bioquímica e fisiologia. "Na época, havia uma carência de professores, pois poucos médicos se interessavam pelas áreas básicas e os biólogos não tinham um conhecimento aprofundado das questões de saúde", disse Ramon Kaneno, professor do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu.
Atualmente, a maior parte dos formandos em instituições particulares opta por trabalhar em laboratórios de análises clínicas. O biomédico é o responsável por verificar as amostras coletadas, analisá-las e fazer o controle de qualidade. Ele também pode supervisionar o laboratório ou criar sua própria empresa.
Ronaldo de Jesus Marani, 24, está no último ano do curso na Unisa e é contratado do laboratório paulista Delboni Auriemo. Ele trabalha no setor de biologia molecular, onde faz, por exemplo, exames para detectar vírus e bactérias a partir do DNA e do RNA.
Outro campo de trabalho que atrai muitos biomédicos é o de diagnósticos por imagem, como tomografias e raios X. "Quem assina o exame por imagem é o médico, mas é o biomédico quem faz o trabalho inteiro, operando os equipamentos e definindo os planos de corte", disse Rogério Bellot, coordenador do curso oferecido pela Metodista de São Paulo.
A opção pelas áreas de atuação geralmente é feita no último ano por meio de estágios supervisionados. O profissional poderá assinar laudos só se escolher a especialização em análises clínicas. Há também as especializações voltadas para a pesquisa, como farmacologia, anatomia e infectologia.
A pesquisa é o principal destino dos formandos das universidades públicas, como a Unesp, que também oferece a especialização em análises clínicas. Já a USP e a Unifesp atualmente não oferecem as opções profissionalizantes, preparando apenas pesquisadores. "Mesmo formando pesquisadores, os laboratórios contratam nossos alunos, pois, como estão preparados para fazer pesquisa, eles são capazes de fazer análises, embora não possam assinar laudos", disse Roberto Frussa Filho, coordenador da Unifesp.


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