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ATUALIDADES
A Opep e a crise no Oriente Médio
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A perspectiva de uma nova campanha militar dos Estados Unidos no Oriente Médio tem gerado
grande instabilidade no mercado
de petróleo. Essa ameaça de invasão do Iraque elevou a cotação do
barril e causou turbulência no
mercado.
Sensível à crise, o setor petrolífero teme o pior: não apenas a disparada do preço mas a utilização
do ouro negro como arma política, como aconteceu após a Guerra
do Iom Kipur, em 1973.
Porta-voz da posição árabe durante a crise do petróleo nos anos
70, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
vem perdendo força em razão do
crescimento da oferta mundial.
Criada em 1960, objetivando uma
administração centralizada da
política petrolífera, principalmente em relação ao controle do
preço e ao volume de produção
do petróleo, a Opep responde
atualmente por cerca de 55% do
mercado. Os 12 países-membros
da organização (Argélia, Gabão,
Indonésia, Irã, Iraque, Kuait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela) possuem cerca de dois
terços das reservas mundiais.
Segundo dados da Opep, o Brasil é o 18º maior produtor de petróleo do mundo e está evoluindo
da condição de dependente para
um papel ativo nesse mercado.
Hoje o país produz 85% do petróleo consumido internamente.
Nossa balança comercial ainda é
desfavorável, mas prevê-se que a
auto-suficiência possa ser alcançada até 2005.
Detentor de uma vasta jazida de
petróleo de 113 bilhões de barris, a
segunda reserva do mundo, Saddam Hussein desconfia das intenções dos EUA. Uma invasão do
Iraque poderia abrir suas reservas
de petróleo para a exploração de
empresas americanas. Num único lance, George W. Bush quebraria a hegemonia da Arábia Saudita sobre o mercado e ampliaria
seu controle sobre o petróleo do
Oriente Médio.
Roberto Candelori é coordenador da Cia.
de Ética, professor da Escola Móbile e do
Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
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