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      São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003
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GEOGRAFIA

Sudam e Sudene

EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pouco tempo atrás, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso decidiu extingüir a Sudene e a Sudam, alguns vestibulares propuseram questões sobre esses órgãos de planejamento.
Ambos foram relançados recentemente e isso pode inspirar novas perguntas, portanto é conveniente recordarmos alguns de seus aspectos.
Sudene é a sigla de Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, e Sudam, de Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. São órgãos federais criados originalmente na década de 60, cuja função principal está expressa nos próprios nomes: desenvolver as áreas onde atuam.
Em linhas gerais, coordenavam, elaboravam e financiavam programas e projetos de desenvolvimento, principalmente nos setores mineral e industrial.
A Sudene não atuava apenas na região Nordeste, estendia suas ações para o norte de Minas Gerais, o sertão mineiro, identificado nos aspectos naturais e socioeconômicos com o sertão nordestino. A área de atuação da Sudam, conhecida como Amazônia Legal, ultrapassava as fronteiras da região Norte, abrangendo também os Estados de Mato Grosso e Maranhão. Este último, integrante da região Nordeste e dentro da Amazônia Legal, era muito privilegiado, tendo duas imensas fontes de recursos à disposição.
Os órgãos foram extintos devido às denúncias de ineficiência e desvios de recursos públicos. Na Sudene, as fraudes são de R$ 2,2 bilhões e, na Sudam, totalizam R$ 3 bilhões por enquanto.
Na campanha eleitoral, o presidente Lula disse várias vezes que os órgãos não deveriam ser desativados, mas, sim, saneados, e os responsáveis pelos desvios, postos na cadeia. Agora cumpre parte da promessa: relançou a Sudene e a Sudam, rebatizada de Nova Sudam. Vamos torcer para que sejam à prova de corrupção e para que os fraudadores sejam efetivamente punidos.


Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus


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