UOL

      São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ATUALIDADES

Israel e o muro da discórdia

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em nome da segurança, Israel levanta um novo obstáculo à paz, o muro da Cisjordânia. Israelenses justificam a construção em razão dos constantes atentados promovidos por homens-bomba contra sua população. Para os palestinos, Israel, ao levantar mais essa barreira, pretende ampliar seu domínio e consolidar a ocupação nas áreas em que foram construídas colônias judaicas.
Esse novo obstáculo à paz no Oriente Médio nos remete a outro monumento que foi erguido na Alemanha no início dos anos 60, o Muro de Berlim, maior símbolo da Guerra Fria. Conhecido também como o "muro da vergonha", sua derrubada, em novembro de 1989, representou a rejeição da humanidade à segregação e ao apartheid. Ao mesmo tempo, marcou o reencontro com a tolerância, o respeito à diferença e a democracia.
Primeiro muro do século 21, a obra do premiê Ariel Sharon, que separa o Estado de Israel do território da Cisjordânia, acompanhará o traçado da Linha Verde, limite imposto por Israel às nações árabes após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A etapa inicial terá a extensão de 121 km de um total previsto de 350 km, ao custo, segundo estimativas, de US$ 1 milhão por quilômetro. Contará ainda com um sistema de vigilância monitorado por câmeras de TV.
Condenado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, o muro em construção tem recebido críticas não apenas de palestinos mas também de colonos judeus, que reprovam a decisão.
Os recentes ataques de extremistas palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica e as retaliações por parte de Israel condenam definitivamente o "Mapa da Estrada", acordo firmado em abril sob a coordenação dos EUA. Mais distantes da paz, israelenses e palestinos têm agora um novo obstáculo a superar, o muro da Cisjordânia.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br


Texto Anterior: História: A Reforma religiosa na Inglaterra
Próximo Texto: Carreira/cinema: Produção de filmes cresce, mas mercado ainda é restrito
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.