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CARREIRA/CINEMA
Produção de filmes cresce, mas mercado ainda é restrito
MINISTRO DA CULTURA PROMETE CEM PRODUÇÕES NACIONAIS POR ANO ATÉ O FINAL DA ATUAL GESTÃO
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há dúvida de que produção
brasileira de filmes está crescendo, mas o cineasta ainda deve
batalhar pelo seu espaço no mercado de trabalho. Em 1990, foram
lançados sete títulos nacionais.
Em 2002, esse número aumentou
para 35. O ministro da Cultura,
Gilberto Gil, disse que, até o fim
da atual gestão, devem ser produzidos cerca de cem filmes por ano.
O principal concorrente, segundo Leopoldo Nunes, cineasta e
chefe de gabinete de Secretaria de
Audiovisual do Ministério da Cultura, são os filmes americanos,
que abocanham mais de 90% do
mercado nacional. A produção
brasileira também concorre com
a televisão a cabo.
Para ele, quem pretende seguir a
carreira deve procurar nas outras
áreas do audiovisual um meio para bancar o próprio sustento enquanto produz filmes para o cinema. Nesse caso, as áreas aquecidas são as de filmes publicitários e
institucionais.
Na primeira, o profissional irá
transformar em imagem, som e
ação as idéias das agências de publicidade. É comum que essas
empresas contratem produtoras,
que podem ser formadas pela
união de profissionais da cinematografia, para filmar um
comercial.
A filmagem institucional, por
sua vez, consiste em apresentar
uma empresa ou entidade por
meio de uma fita ou mesmo de
um CD-ROM.
A estratégia do ministério é fomentar a produção nacional, por
meio de políticas que incentivem
o setor privado a investir em filmes brasileiros e da abertura de
concursos públicos para a produção de filmes. O órgão abriu 155 licitações (www.cultura.gov.br)
para a realização de produtos desde os curta-metragem até os longa-metragem.
A produção de um filme começa na "argumentação", explica José Gozze, chefe do Departamento
de Cinema da Faap (Fundação
Armando Álvares Penteado). Isso
é o processo de transformar um
texto de livro, por exemplo, em
uma idéia que pode ser filmada.
A partir desse conceito é desencadeada uma série de outros processos. Segundo ele, o profissional
pode se especializar no desenvolvimento do roteiro, na direção de
cenário, na coordenação do trabalho dos atores, no manejo da
iluminação e da fotografia e na
produção de som.
Todos os conceitos da produção
serão trabalhados durante o curso
de graduação, e o estudante pode
buscar a especialização em estágios nas áreas relacionadas e na
pós-graduação.
Na USP, o curso de cinema e vídeo foi fundido com o de rádio e
televisão. O estudante interessado
deve se inscrever na graduação
em audiovisual (53 candidatos
por vaga, no último vestibular).
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