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      São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003
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CARREIRA/CINEMA

Produção de filmes cresce, mas mercado ainda é restrito

MINISTRO DA CULTURA PROMETE CEM PRODUÇÕES NACIONAIS POR ANO ATÉ O FINAL DA ATUAL GESTÃO

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há dúvida de que produção brasileira de filmes está crescendo, mas o cineasta ainda deve batalhar pelo seu espaço no mercado de trabalho. Em 1990, foram lançados sete títulos nacionais. Em 2002, esse número aumentou para 35. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que, até o fim da atual gestão, devem ser produzidos cerca de cem filmes por ano.
O principal concorrente, segundo Leopoldo Nunes, cineasta e chefe de gabinete de Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, são os filmes americanos, que abocanham mais de 90% do mercado nacional. A produção brasileira também concorre com a televisão a cabo.
Para ele, quem pretende seguir a carreira deve procurar nas outras áreas do audiovisual um meio para bancar o próprio sustento enquanto produz filmes para o cinema. Nesse caso, as áreas aquecidas são as de filmes publicitários e institucionais.
Na primeira, o profissional irá transformar em imagem, som e ação as idéias das agências de publicidade. É comum que essas empresas contratem produtoras, que podem ser formadas pela união de profissionais da cinematografia, para filmar um comercial.
A filmagem institucional, por sua vez, consiste em apresentar uma empresa ou entidade por meio de uma fita ou mesmo de um CD-ROM.
A estratégia do ministério é fomentar a produção nacional, por meio de políticas que incentivem o setor privado a investir em filmes brasileiros e da abertura de concursos públicos para a produção de filmes. O órgão abriu 155 licitações (www.cultura.gov.br) para a realização de produtos desde os curta-metragem até os longa-metragem.
A produção de um filme começa na "argumentação", explica José Gozze, chefe do Departamento de Cinema da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado). Isso é o processo de transformar um texto de livro, por exemplo, em uma idéia que pode ser filmada.
A partir desse conceito é desencadeada uma série de outros processos. Segundo ele, o profissional pode se especializar no desenvolvimento do roteiro, na direção de cenário, na coordenação do trabalho dos atores, no manejo da iluminação e da fotografia e na produção de som.
Todos os conceitos da produção serão trabalhados durante o curso de graduação, e o estudante pode buscar a especialização em estágios nas áreas relacionadas e na pós-graduação.
Na USP, o curso de cinema e vídeo foi fundido com o de rádio e televisão. O estudante interessado deve se inscrever na graduação em audiovisual (53 candidatos por vaga, no último vestibular).


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