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GLOSSÁRIO
Vida universitária exige iniciativa
Calouro deve se "apropriar" do campus e conhecer o funcionamento dos CAs, DCE e atlética
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Vá se acostumando: o "recreio" passa a ser "intervalo" e a
recuperação deixa de existir. Se
não atingir a nota mínima para
aprovação em determinada
disciplina, você "ficará de DP",
ou seja, em dependência da matéria e terá de cursá-la novamente no ano seguinte.
Em menor ou maior escala,
essas são algumas das inúmeras diferenças entre o ensino
médio e a universidade com as
quais o calouro tem de aprender a lidar logo de início.
Em muitas universidades,
em geral os CAs (esta aí outra
novidade: os centros acadêmicos são entidades formadas por
grupos de estudantes que representam os alunos do respectivo curso), promovem na primeira semana de aulas uma recepção aos novatos para que
conheçam os veteranos e os outros "bichos" e já se familiarizem com a faculdade.
Na USP, por exemplo, a semana de recepção será realizada de 25 a 29 deste mês com intensa agenda de atividades.
"No dia 28, ocorrerá a Calourada Unificada, com palestras e
oficinas durante o dia todo", explica Washington Tominaga,
diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP,
que representa todos os alunos
da graduação e os de pós e está à
frente da organização da semana com os CAs.
Maturidade
"O aluno do primeiro ano geralmente fica muito perdido e
tem receio de ir buscar informação. No entanto, ele deve
entender que, nesta nova fase
da vida, ele não é mais "protegido" pela instituição, como era
na escola, e terá de ir atrás dos
seus próprios interesses",
orienta Claudio José Langroiva
Pereira, coordenador do curso
de direito da PUC-SP.
Até mesmo o ritmo de aulas
muda. Em vez de receber uma
formação mais geral, como na
escola, as disciplinas são mais
específicas, e a aprendizagem
depende de leituras mais amplas e aprofundadas, que o aluno tem de fazer por conta própria fora de aula.
O coordenador do curso de
direito da PUC ressalta que é
importante conhecer as regras
universitárias, até para reivindicar os seus direitos.
"No caso de doença ou questões médicas, por exemplo,
muitos estudantes não sabem
que podem pedir regime domiciliar e, eventualmente, entregar trabalhos e fazer provas em
datas especiais. Depois, tentam
abonar as faltas com atestado
médico, mas não é assim que
funciona", afirma Pereira.
Outra recomendação dele é
que o estudante participe da vida universitária e se inteire das
atividades extra-classe. "O aluno deve freqüentar o CA, visitar
o site da instituição para saber
o que acontece de interessante
e procurar conversar com professores e coordenadores para
usufruir das oportunidades que
um ambiente universitário
proporciona", avalia Pereira.
O quartanista de direito Raphael Rodrigues Soré, 20, integra a gestão que assumiu em
dezembro passado o CA da Faculdade de Direito da São Francisco. "Representamos politicamente os alunos e defendemos seus interesses diante da
universidade, além de promover festas, eventos e palestras."
Outra novidade do meio universitário é a atlética -grupo
de alunos que organiza os jogos
e as festas para alunos de um ou
mais cursos. Algumas atléticas
recebem verba da faculdade.
É o caso da liga atlética do
Mackenzie, que recebe, anualmente, cerca de R$ 300 mil,
além do dinheiro arrecadado
com convites de festas e patrocínios. Estes, aliás, os maiores
aliados dos membros da atlética. "Passo o ano todo correndo
atrás de patrocínio para organizar os eventos", diz Leandro
Martins, 25, presidente da liga.
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