São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
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GLOSSÁRIO

Vida universitária exige iniciativa

Calouro deve se "apropriar" do campus e conhecer o funcionamento dos CAs, DCE e atlética

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

LUISA ALCANTARA E SILVA DA REDAÇÃO Vá se acostumando: o "recreio" passa a ser "intervalo" e a recuperação deixa de existir. Se não atingir a nota mínima para aprovação em determinada disciplina, você "ficará de DP", ou seja, em dependência da matéria e terá de cursá-la novamente no ano seguinte.
Em menor ou maior escala, essas são algumas das inúmeras diferenças entre o ensino médio e a universidade com as quais o calouro tem de aprender a lidar logo de início.
Em muitas universidades, em geral os CAs (esta aí outra novidade: os centros acadêmicos são entidades formadas por grupos de estudantes que representam os alunos do respectivo curso), promovem na primeira semana de aulas uma recepção aos novatos para que conheçam os veteranos e os outros "bichos" e já se familiarizem com a faculdade.
Na USP, por exemplo, a semana de recepção será realizada de 25 a 29 deste mês com intensa agenda de atividades.
"No dia 28, ocorrerá a Calourada Unificada, com palestras e oficinas durante o dia todo", explica Washington Tominaga, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP, que representa todos os alunos da graduação e os de pós e está à frente da organização da semana com os CAs.

Maturidade
"O aluno do primeiro ano geralmente fica muito perdido e tem receio de ir buscar informação. No entanto, ele deve entender que, nesta nova fase da vida, ele não é mais "protegido" pela instituição, como era na escola, e terá de ir atrás dos seus próprios interesses", orienta Claudio José Langroiva Pereira, coordenador do curso de direito da PUC-SP.
Até mesmo o ritmo de aulas muda. Em vez de receber uma formação mais geral, como na escola, as disciplinas são mais específicas, e a aprendizagem depende de leituras mais amplas e aprofundadas, que o aluno tem de fazer por conta própria fora de aula.
O coordenador do curso de direito da PUC ressalta que é importante conhecer as regras universitárias, até para reivindicar os seus direitos.
"No caso de doença ou questões médicas, por exemplo, muitos estudantes não sabem que podem pedir regime domiciliar e, eventualmente, entregar trabalhos e fazer provas em datas especiais. Depois, tentam abonar as faltas com atestado médico, mas não é assim que funciona", afirma Pereira.
Outra recomendação dele é que o estudante participe da vida universitária e se inteire das atividades extra-classe. "O aluno deve freqüentar o CA, visitar o site da instituição para saber o que acontece de interessante e procurar conversar com professores e coordenadores para usufruir das oportunidades que um ambiente universitário proporciona", avalia Pereira.
O quartanista de direito Raphael Rodrigues Soré, 20, integra a gestão que assumiu em dezembro passado o CA da Faculdade de Direito da São Francisco. "Representamos politicamente os alunos e defendemos seus interesses diante da universidade, além de promover festas, eventos e palestras."
Outra novidade do meio universitário é a atlética -grupo de alunos que organiza os jogos e as festas para alunos de um ou mais cursos. Algumas atléticas recebem verba da faculdade.
É o caso da liga atlética do Mackenzie, que recebe, anualmente, cerca de R$ 300 mil, além do dinheiro arrecadado com convites de festas e patrocínios. Estes, aliás, os maiores aliados dos membros da atlética. "Passo o ano todo correndo atrás de patrocínio para organizar os eventos", diz Leandro Martins, 25, presidente da liga.


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