São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002
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Financiamento ajuda estudante a pagar mensalidade

AUXÍLIO DE PROGRAMA DO GOVERNO PODE CHEGAR A ATÉ 70%; UNIVERSIDADES OFERECEM BOLSAS

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem presença de grandes universidades públicas, como a USP e a Unicamp, o número de vagas oferecido em cursos de graduação gratuitos sofre uma baixa considerável no vestibular de inverno. Mas o estudante que passar em uma instituição particular e não conseguir pagar as mensalidades pode recorrer, entre outros recursos, ao Fies (Financiamento Estudantil), do governo federal.
O Fies é destinado a estudantes matriculados em cursos de instituições de ensino superior pagas e que sejam credenciadas ao programa. O aluno selecionado escolhe um limite de financiamento de até 70%, que deve pagar de forma parcelada (leia quadro).
No semestre passado, as inscrições ocorreram em fevereiro e março e o programa ofereceu 40 mil vagas para estudantes universitários, mesma quantidade que está prevista para o próximo -a data para abertura das inscrições ainda não foi definida. No meio de 2001, as inscrições foram abertas no dia 29 de agosto e se encerraram em 30 de setembro.
Para a seleção dos candidatos, são levados em conta critérios como renda familiar, tipo de moradia e existência de doença crônica na família. O conjunto desses e de outros dados forma um "índice de classificação". Posteriormente, os selecionados nessa fase passam por uma entrevista.
Existem ainda algumas exigências. O curso deve ser bem avaliado pelo MEC e o interessado não pode, por exemplo, ter participado do Creduc (Programa de Crédito Educativo, que precedeu o Fies) nem ter sido excluído do novo programa. A repetência é um dos casos que provoca a exclusão.
Tânia Maria Lima, 22, faz psicologia na UniFMU e tentou o financiamento no primeiro ano, mas não foi selecionada. "Na verdade, tive sorte porque repeti uma matéria e teria perdido o Fies", diz. Um ano depois, tentou novamente e conseguiu o benefício.
Quem chega à reta final precisa de fiadores. No caso de Tânia, o próprio pai preencheu esse papel.
Depois do processo de seleção, o estudante assina contrato com a Caixa Econômica Federal, no qual é estabelecida uma taxa de juros.
Caso o estudante tenha alguma dificuldade depois de adquirir o financiamento -como problemas com o fiador-, pode suspendê-lo por até dois semestres.
O Fies, no entanto, não é um programa para quem não pode arcar com as despesas da faculdade. Para isso, existem outros recursos, oferecidos pelas próprias instituições (leia quadro).
Felipe Julian, 26, que faz música na Faculdade Santa Marcelina, é financiado pelo programa desde 1999. "Pedi o financiamento assim que foi possível. Perdi a data do primeiro, mas no segundo ano fiz a inscrição", afirma.
Se não pudesse pagar as mensalidades, ele diz que não teria trocado as públicas Unicamp e USP -nas quais cursou um ano também de música- por uma faculdade particular, o que fez por preferência de grade. "Talvez eu conseguiria pagar [a faculdade", mas com muita dificuldade."
Para um amigo que queria estudar no mesmo local, mas não tinha condições, recomendou que tentasse uma bolsa. "Só que é muito mais difícil de conseguir."
No primeiro semestre deste ano, dos 228 mil candidatos que se inscreveram no programa de financiamento, 192 mil foram selecionados para a entrevista.
(ANA GABRIELA DICKSTEIN E LUIS RENATO STRAUSS)

Mais informações: www.mec.gov.br e www.cef.gov.br



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