São Paulo, terça-feira, 12 de junho de 2007
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ENGENHARIA AERONÁUTICA

Setor vive momento de expansão

Impulsionado pela Embraer, mercado segue aquecido e facilita emprego a formandos

France Press/26.mai.2006
O astronauta Marcos César Pontes acena ao lado de propulsores de espaçonave, em campo de treinamento no Cazaquistão


TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

São José dos Campos (SP) é o destino natural para quem quer estudar ou trabalhar com engenharia aeronáutica. Foi ali que, há mais de cinco décadas, o governo implantou uma escola para incentivar o mercado aéreo no Brasil.
O primeiro fruto dessa iniciativa foi o Bandeirantes, aeronave brasileira que ainda hoje cruza os céus do país. Com o sucesso do filho primogênito, a escola passou a se desenvolver junto com o setor produtivo, até que as duas áreas acabaram por se separar. O setor de ensino e pesquisa atende hoje pelo nome de ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), e a parte de produção -que nasceu estatal e foi privatizada em 1994- é a Embraer.
As duas instituições ainda mantêm relações próximas e boa parte dos engenheiros que se formam no ITA acabam trabalhando na Embraer.
Há ainda aqueles que trabalham em empresas menores -fornecedoras de peças e serviços para a gigante ex-estatal. Criou-se um pólo aeroespacial, que incentivou a inauguração do curso de engenharia aeronáutica em outras instituição da região -a Unitau (Universidade de Taubaté) e a Univap (Universidade do Vale do Paraíba). A USP de São Carlos é outra que oferece o curso no interior paulista.
Há ainda um terceiro mercado para quem se forma em engenharia aeronáutica: as companhias aéreas. Cada vez que um avião é inspecionado, que algum tipo mais complexo de manutenção ocorre, lá está o engenheiro aeronáutico supervisionando tudo.
"Hoje, a boa notícia é que o mercado está se expandido além da Embraer", afirma o professor do departamento de engenharia aeronáutica do ITA, Bento Silva de Mattos.
Em 1998, a empresa empregava pouco mais de 6.700 pessoas, número que saltou para 21 mil em 2007, um crescimento de 213%.
"Eu diria que é impossível encontrar um engenheiro aeronáutico desempregado", afirma o coordenador do curso de engenharia aeronáutica da USP Fernando Martini Catalano.
Mas a disputa pelas poucas vagas nas escolas públicas é acirrada. No último processo seletivo, o curso de engenharia aeronáutica da USP São Carlos teve 15,28 candidatos por vaga. No ITA, há cerca de 60 candidatos para cada vaga do curso.

Imersão
Formada no ITA em 2004, a engenheira aeronáutica Mailema Celestino dos Santos, 25, trabalha no departamento de atendimento ao cliente da Embraer como engenheira de operação de vôo.
Nada a ver com telemarketing. O atendimento ao cliente, neste caso, consiste em fornecer informações sobre as aeronaves para as companhias aéreas elaborarem planos de vôo com a precisão necessária.
Assim como os demais alunos do ITA, Mailema se mudou para a escola durante o curso. Passava nove horas por dia numa sala de aula onde era a única mulher. "É um pouco fora da realidade, mesmo", afirma a engenheira que diz adorar a profissão.


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