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UNESP
Empreendedorismo vira disciplina
Criada em parceria com o Sebrae, matéria optativa vai incentivar espírito empresarial
Eliana Assumpção/Divulgação
![](../images/fo1212200601.jpg) |
Estudantes de Sorocaba; disciplina começa no 2º semestre de 2007 |
FERNANDA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem passar no vestibular
da Unesp vai se beneficiar de
uma nova disciplina que começa a ser ministrada nos campi
da universidade em 2007: empreendedorismo.
A matéria, optativa, será oferecida, preferencialmente, aos
estudantes dos dois últimos
anos dos cursos. A novidade é
resultado de uma parceria da
Unesp com o Sebrae, uma das
primeiras do tipo em universidades públicas no país.
A disciplina é baseada em um
treinamento dado pelo Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas) a
professores da Unesp, que, no
ano que vem, começam a ministrar o curso nos campi em
que trabalham.
"Queremos mostrar ao aluno
que, com o conhecimento adquirido na universidade, ele pode montar o próprio negócio",
afirma o reitor, Marcos Macari.
Em julho, 59 professores já
passaram pelo treinamento.
Neste mês, outros 54 participam do curso.
O primeiro treinamento contou com a participação de professores de todas as áreas de
ensino da universidade, desde
engenharia até lingüística, artes e geografia.
José Arnaldo Roveda, professor de cálculo da Faculdade de
Engenharia de Sorocaba (SP), é
um dos que fizeram o curso. Para ele, ministrar a matéria é
uma chance de mostrar ao aluno que ele tem outra opção,
além de seguir a carreira acadêmica ou procurar emprego ao
sair da universidade. "Ele pode
ser o próprio patrão."
Henrique Yagi, 22, estudante
do terceiro ano do curso de engenharia de controle e automação de Sorocaba, diz estar ansioso para cursar a disciplina
no segundo semestre de 2007.
Ele é um dos fundadores da
empresa júnior Dinâmica, uma
das 28 companhias do tipo
existentes dentro da Unesp.
Sem fins lucrativos e montada
para que os estudantes vivenciem o mundo empresarial antes de sair da universidade, a
empresa organiza eventos, realiza projetos de controle e automação para terceiros e oferece
minicursos e palestras.
"Engenharia tem muito foco
na parte técnica e pouco na administrativa. Cursar empreendedorismo vai me ajudar a chegar mais bem preparado ao
mercado de trabalho. A disciplina deveria ser obrigatória."
Segundo o professor Carlos
Alberto Oliveira de Matos, que
vai ministrar a matéria no campus de Itapeva (284 km de SP),
hoje, os universitários são educados para serem empregados.
"Falta uma visão empresarial",
afirma. Em Itapeva, o curso será direcionado à indústria madeireira, como o curso de engenharia que é dado na universidade. "Estamos numa região
forte neste setor, então a disciplina precisa ter conteúdo específico", explica o professor.
Cada campus vai oferecer
cerca de 50 vagas por semestre
para o curso. O currículo de cada um deles será montado pelos professores locais e procurará atender ao público específico. Mas o conteúdo serve para
todas as áreas, segundo Macari.
De acordo com o reitor, a disciplina será optativa para que
apenas aqueles alunos que têm
realmente o espírito empreendedor participem. "Não dá para
colocar dentro da grade normal, porque não podemos forçar todos os alunos a fazer uma
disciplina com esse foco", afirma Macari.
No entanto, ele diz que o caráter pode mudar nos próximos anos, dependendo da aceitabilidade dos estudantes.
Depois dessa experiência, o
próximo passo a ser dado dentro da universidade, segundo
Macari, será incentivar outros
tipos de atividade que também
permitam a evolução profissional dos estudantes. "Uma idéia
que quero desenvolver, no futuro, é a do cooperativismo",
afirma o reitor.
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