São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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"Candidato tem de usar bom senso"

Para diretor da instituição, aluno tem de interpretar o que está subentendido nas questões

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Prestar atenção ao que está subentendido no enunciado das questões pode significar o acerto ou erro de uma pergunta da Fuvest. Foi o que mostrou o caso da questão número 35 da prova "V" da primeira fase do vestibular deste ano.
A questão foi contestada pelo professor Antonio dos Santos Machado, do curso Intergraus. Para ele, faltou clareza ao teste.
Como o enunciado perguntava qual era o número máximo de colunas que poderiam ser construídas "com o material disponível", na opinião dele, isso significava que o estudante poderia usar apenas um tipo de bloco, em vez de utilizar os dois tipos mencionados no texto. Assim, chegaria a uma resposta que não constava das cinco alternativas (veja quadro).
Após analisar a colocação do professor, a Fuvest divulgou uma nota na última terça-feira dizendo que não anularia a questão porque esta deveria ser resolvida usando-se o bom senso, "que permite supor que todos os dados fornecidos pelo enunciado do problema são relevantes, imprescindíveis e suficientes para sua resolução".
"Não dá para explicar todos os detalhes nas questões, senão o texto fica muito grande", diz o coordenador da Fuvest, Roberto Costa, reforçando a explicação da fundação para não anular a pergunta. "No caso dessa questão, formulamos com dois tipos de bloco. Seria estranho se aceitássemos uma solução usando apenas um tipo de bloco. Faz parte do subentendido que tem que usar os dois blocos", afirma Costa.
Para Machado, o candidato preparado até "adivinha" o que a Fuvest queria perguntar, mas isso não descarta o fato de o enunciado estar inexato.
Há dois anos, a Fuvest anulou um teste de matemática da primeira fase, devido a uma imprecisão no enunciado. Mas o caso era diferente, segundo Costa. Uma informação que deveria ser "base quadrada" foi escrita como "base quadrangular". De acordo com ele, isso dificultava a resolução. "Esta não é a intenção do teste", diz.
Já se a questão 35 da prova "V" tivesse caído na segunda fase da Fuvest, em que as provas são discursivas, o estudante que tivesse seguido o raciocínio do professor Machado poderia ter recebido pelo menos uma parte da nota da pergunta.
"Eventualmente, até poderia ser aceita se houvesse uma boa explicação do aluno. Já ocorreu em outras situações", afirma Costa. (FERNANDA NOGUEIRA)


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