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"Candidato tem de usar bom senso"
Para diretor da instituição, aluno tem de interpretar o que está subentendido nas questões
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Prestar atenção ao que está
subentendido no enunciado
das questões pode significar o
acerto ou erro de uma pergunta
da Fuvest. Foi o que mostrou o
caso da questão número 35 da
prova "V" da primeira fase do
vestibular deste ano.
A questão foi contestada pelo
professor Antonio dos Santos
Machado, do curso Intergraus.
Para ele, faltou clareza ao teste.
Como o enunciado perguntava qual era o número máximo
de colunas que poderiam ser
construídas "com o material
disponível", na opinião dele, isso significava que o estudante
poderia usar apenas um tipo de
bloco, em vez de utilizar os dois
tipos mencionados no texto.
Assim, chegaria a uma resposta
que não constava das cinco alternativas (veja quadro).
Após analisar a colocação do
professor, a Fuvest divulgou
uma nota na última terça-feira
dizendo que não anularia a
questão porque esta deveria ser
resolvida usando-se o bom senso, "que permite supor que todos os dados fornecidos pelo
enunciado do problema são relevantes, imprescindíveis e suficientes para sua resolução".
"Não dá para explicar todos
os detalhes nas questões, senão
o texto fica muito grande", diz o
coordenador da Fuvest, Roberto Costa, reforçando a explicação da fundação para não anular a pergunta. "No caso dessa
questão, formulamos com dois
tipos de bloco. Seria estranho
se aceitássemos uma solução
usando apenas um tipo de bloco. Faz parte do subentendido
que tem que usar os dois blocos", afirma Costa.
Para Machado, o candidato
preparado até "adivinha" o que
a Fuvest queria perguntar, mas
isso não descarta o fato de o
enunciado estar inexato.
Há dois anos, a Fuvest anulou um teste de matemática da
primeira fase, devido a uma imprecisão no enunciado. Mas o
caso era diferente, segundo
Costa. Uma informação que deveria ser "base quadrada" foi
escrita como "base quadrangular". De acordo com ele, isso dificultava a resolução. "Esta não
é a intenção do teste", diz.
Já se a questão 35 da prova
"V" tivesse caído na segunda fase da Fuvest, em que as provas
são discursivas, o estudante
que tivesse seguido o raciocínio
do professor Machado poderia
ter recebido pelo menos uma
parte da nota da pergunta.
"Eventualmente, até poderia
ser aceita se houvesse uma boa
explicação do aluno. Já ocorreu
em outras situações", afirma
Costa.
(FERNANDA NOGUEIRA)
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