São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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Para professores de matemática, questão foi mal redigida, mas anular seria pior

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Outros professores entrevistados pela Folha dizem achar correta a decisão da Fuvest de não anular a questão 35 da prova "V". Mas um deles concorda com o professor Antonio dos Santos Machado quando este afirma que o estudante não é obrigado a entender o que está pressuposto no enunciado.
"Em matemática, a pessoa não tem que imaginar o que se deve usar", diz Álvaro Zimmermann, coordenador de matemática do Colégio Bandeirantes. Para ele, a Fuvest poderia ter admitido que errou no enunciado. "A resposta do professor [que contestou o teste] existe, porque a pessoa que redigiu a questão foi incompetente", afirma ele.
Por outro lado, diz acreditar que a Fuvest prejudicaria os alunos que acertaram a questão se resolvesse anulá-la. "Isso seria uma injustiça", afirma.
Na opinião de Zimmermann, uma minoria deve ter seguido o caminho enxergado pelo professor Machado. "É uma questão clássica de MMC [mínimo múltiplo comum]. O bom aluno saberia disso", afirma.
Para o professor de matemática do Objetivo Giuseppe Nobilioni, acontecem casos parecidos com o da questão 35 em provas de colégio. "O bom senso tem que valer mais", afirma.
Segundo ele, se a Fuvest anulasse a questão, seria muito pior, porque prejudicaria muitos alunos.
A estudante Laura Marsiaj Ribeiro, 18, que presta direito na USP, diz que resolveu a questão do modo que a Fuvest queria. Usou os dois tipos de bloco. "Nem cogitei a hipótese de que poderia ser usado um tipo de bloco só", afirma. Ela diz que concorda com a Fuvest que está subentendido no enunciado da questão que é preciso usar os dois blocos.
Já Bruno Mester, 17, afirma que foi confundido pelo enunciado. "Tentei as duas possibilidades", conta. O estudante, que quer fazer o curso de administração, diz que esta foi a única questão de matemática que errou entre as dez que fizeram parte da primeira fase.


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