|
Texto Anterior | Índice
Para professores de matemática, questão foi mal redigida, mas anular seria pior
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Outros professores entrevistados pela Folha dizem achar
correta a decisão da Fuvest de
não anular a questão 35 da prova "V". Mas um deles concorda
com o professor Antonio dos
Santos Machado quando este
afirma que o estudante não é
obrigado a entender o que está
pressuposto no enunciado.
"Em matemática, a pessoa
não tem que imaginar o que se
deve usar", diz Álvaro Zimmermann, coordenador de matemática do Colégio Bandeirantes. Para ele, a Fuvest poderia
ter admitido que errou no
enunciado. "A resposta do professor [que contestou o teste]
existe, porque a pessoa que redigiu a questão foi incompetente", afirma ele.
Por outro lado, diz acreditar
que a Fuvest prejudicaria os
alunos que acertaram a questão se resolvesse anulá-la. "Isso
seria uma injustiça", afirma.
Na opinião de Zimmermann,
uma minoria deve ter seguido o
caminho enxergado pelo professor Machado. "É uma questão clássica de MMC [mínimo
múltiplo comum]. O bom aluno saberia disso", afirma.
Para o professor de matemática do Objetivo Giuseppe Nobilioni, acontecem casos parecidos com o da questão 35 em
provas de colégio. "O bom senso tem que valer mais", afirma.
Segundo ele, se a Fuvest anulasse a questão, seria muito
pior, porque prejudicaria muitos alunos.
A estudante Laura Marsiaj
Ribeiro, 18, que presta direito
na USP, diz que resolveu a
questão do modo que a Fuvest
queria. Usou os dois tipos de
bloco. "Nem cogitei a hipótese
de que poderia ser usado um tipo de bloco só", afirma. Ela diz
que concorda com a Fuvest que
está subentendido no enunciado da questão que é preciso
usar os dois blocos.
Já Bruno Mester, 17, afirma
que foi confundido pelo enunciado. "Tentei as duas possibilidades", conta. O estudante, que
quer fazer o curso de administração, diz que esta foi a única
questão de matemática que errou entre as dez que fizeram
parte da primeira fase.
Texto Anterior: "Candidato tem de usar bom senso" Índice
|