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      São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003
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REDAÇÃO DO LEITOR

"Fórmula" de composição deve ser evitada

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O texto é introduzido de maneira frouxa, sem definição de ponto de vista. Sua organização revela a obediência a uma espécie de esquema: introdução neutra, argumentos dos defensores de cada um dos lados da questão, posicionamento na conclusão.
A demarcação de um ponto de vista desde o início é fundamental até mesmo para garantir uma escolha mais adequada de vocabulário e uma organização mais pessoal das idéias. O leitor deve ser envolvido pelo texto e, para que isso ocorra, o redator deverá mostrar convicção daquilo que defende.
É importante mostrar os vários lados da questão quando se aborda um tema polêmico, mas não se deve dar a todos eles o mesmo peso. É preciso escolher as idéias que pretende sustentar e refutar os argumentos contrários a elas.
O objetivo do texto é chegar à conclusão, mas isso deve ocorrer naturalmente. Ao considerar "radical" o ponto de vista dos que defendem a proibição do comércio de armas, o redator insinua que vai sustentar a posição contrária a essa. Surpreendentemente, posiciona-se como os "radicais", o que prejudica a unidade do texto.
Falha também na coesão, pois não comenta as idéias, não as relaciona entre si. A impressão é que apenas arrola os argumentos de ambos os lados. O título parece bom, mas seria melhor se a sua relação com o texto fosse mais explícita.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha.
E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


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