São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004
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Produção cresce, mas só 8% das cidades têm salas

DA REPORTAGEM LOCAL

A produção cinematográfica brasileira recuperou o fôlego e, segundo profissionais da área, mostra que em pouco tempo poderá alcançar os mesmos níveis das décadas de 70 e de 80, quando eram produzidos aproximadamente cem filmes por ano. Hoje, de acordo com André Gatti, professor do curso da Faap, são lançados cerca de 40 títulos.
Segundo o diretor Marcos Jorge, as faculdades têm tido bastante influência na melhora da qualidade do cinema nacional. Para ele, as escolas de cinema deram profissionalismo à carreira.
Mesmo com o progresso na parte técnica, existem problemas que impedem a ampliação do número de filmes brasileiros. Segundo dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos cerca de 5.561 municípios brasileiros, apenas 8% possuem salas de cinema.
Para efeito de comparação, na década de 70, o país tinha cerca de 3.500 salas de cinema. Hoje, existem aproximadamente 1.800, sendo que a maioria dos filmes exibidos são estrangeiros.
De acordo com Gatti, no ano passado, foram vendidos por volta de 110 milhões de ingressos. No entanto apenas 20 milhões eram para filmes nacionais.
"Com essa rede de distribuição, é difícil aumentar a produção. Quem vai querer investir?", questiona Gatti.
Segundo Marcos Jorge, a produção brasileira entrou em declínio em 1990, no governo Collor, com a extinção da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes) e do Concine (Conselho Nacional de Cinema). Em 1994, com a aprovação da Lei do Audiovisual, iniciou-se a retomada com o filme "Carlota Joaquina, Princesa do Brasil", de Carla Camurati, que levou 1,3 milhão de pessoas às salas de exibição.
Já em relação aos curtas-metragens, de acordo com Marcos Jorge, o Brasil é um dos países que mais produzem. Em 2003, foram realizados 157 curtas.


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