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Produção cresce, mas só 8% das cidades têm salas
DA REPORTAGEM LOCAL
A produção cinematográfica
brasileira recuperou o fôlego e, segundo profissionais da área, mostra que em pouco tempo poderá
alcançar os mesmos níveis das décadas de 70 e de 80, quando eram
produzidos aproximadamente
cem filmes por ano. Hoje, de acordo com André Gatti, professor do
curso da Faap, são lançados cerca
de 40 títulos.
Segundo o diretor Marcos Jorge, as faculdades têm tido bastante influência na melhora da qualidade do cinema nacional. Para
ele, as escolas de cinema deram
profissionalismo à carreira.
Mesmo com o progresso na
parte técnica, existem problemas
que impedem a ampliação do número de filmes brasileiros. Segundo dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos cerca de 5.561 municípios brasileiros, apenas 8%
possuem salas de cinema.
Para efeito de comparação, na
década de 70, o país tinha cerca de
3.500 salas de cinema. Hoje, existem aproximadamente 1.800, sendo que a maioria dos filmes exibidos são estrangeiros.
De acordo com Gatti, no ano
passado, foram vendidos por volta de 110 milhões de ingressos. No
entanto apenas 20 milhões eram
para filmes nacionais.
"Com essa rede de distribuição,
é difícil aumentar a produção.
Quem vai querer investir?", questiona Gatti.
Segundo Marcos Jorge, a produção brasileira entrou em declínio em 1990, no governo Collor,
com a extinção da Embrafilme
(Empresa Brasileira de Filmes) e
do Concine (Conselho Nacional
de Cinema). Em 1994, com a
aprovação da Lei do Audiovisual,
iniciou-se a retomada com o filme
"Carlota Joaquina, Princesa do
Brasil", de Carla Camurati, que levou 1,3 milhão de pessoas às salas
de exibição.
Já em relação aos curtas-metragens, de acordo com Marcos Jorge, o Brasil é um dos países que
mais produzem. Em 2003, foram
realizados 157 curtas.
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