São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002
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Especialista da USP critica avaliação

DA REPORTAGEM LOCAL

O educador Nelio Bizzo, vice-diretor da Faculdade de Educação da USP, considera importante a realização de um exame para avaliar a qualidade da educação brasileira, mas não acredita que o Enem seja a melhor forma de fazê-lo.
Segundo ele, o exame, que passou a ser aplicado em 1998, não permite a comparação entre os anos avaliados, pois o número de inscritos anualmente varia muito. Além disso, admite-se que a prova seja feita mais de uma vez. "Seria mais útil se fosse oferecida a todos os concluintes, e só para eles, nas próprias escolas."
Outro ponto criticado é o sistema de múltipla escolha, que não permite que nenhum aluno tire nota zero, por pior que tenham sido seus estudos. "Para conseguir fazer um diagnóstico do ensino, o Enem deveria ser mudado. A prova deveria indicar, por exemplo, se há um problema com matemática, para que os investimentos fossem direcionados."
Para Bizzo, o exame não está tendo sucesso em democratizar o acesso ao ensino superior. "O único uso visível é a economia no vestibular de instituições privadas que substituem suas provas pelo Enem."


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