DA REPORTAGEM LOCAL

A leitura é o maior problema dos alunos que fazem o Enem e é justamente a competência mais importante da prova, segundo a coordenadora do exame, Maria Inês Fini, 53. O modelo de avaliação foi escolhido, segundo ela, para privilegiar a capacidade de interpretar os conhecimentos.

Folha - Por que foi escolhido esse perfil de prova para o Enem?
Maria Inês - Nós nos apropriamos daquilo que os textos de educação dizem que deve ser o ensino médio: a interdisciplinaridade e a resolução de problemas, e não a memória.

Folha - O que são as habilidades avaliadas no exame?
Maria Inês - Nós avaliamos as estruturas de inteligência de maneira a descobrir se os estudantes são capazes de transformar informações em conhecimentos. Hoje há uma ênfase maior nisso do que na memória, até porque existem máquinas para guardar memória.

Folha - O ensino público consegue desenvolver essas "estruturas" nos alunos?
Maria Inês - Nem o público, nem o privado. De uma maneira geral, os alunos da rede particular se saem melhor do que os da rede pública, mas, em relação ao quesito leitura, por exemplo, eles demonstraram que estão muito aquém daquilo que poderiam fazer.

Folha - A leitura é o aspecto de pior avaliação entre os alunos?
Maria Inês -A leitura é fundamental para fazer o resto. A leitura compreensiva é o que falta à maioria dos nossos alunos e está vinculada à leitura freqüente, e não necessariamente apenas ao domínio da gramática, que é a maneira antiga de ensinar a língua.

Folha - As "pérolas do Enem" [erros supostamente cometidos por estudantes na prova de redação e divulgados na mídia impressa e eletrônica e por meio de e-mails" são verdadeiras?
Maria Inês - O que esse professor [que teria sido o responsável pela divulgação" disse é mentira. Eu até duvido de que ele seja professor ou corretor do Enem, pois um professor não desmereceria, não faltaria com o respeito aos alunos como ele fez.


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