São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARREIRA/EDUCAÇÃO FÍSICA

LICENCIATURA, TREINAMENTO E RECREAÇÃO SÃO OPÇÕES DE ATUAÇÃO

Curso une conhecimentos de biológicas e humanas

Gustavo Roth/Folha Imagem
NA PRÁTICA O professor de capoeira Eduardo da Silva Areias (à dir.), que diz que melhorou o resultado das aulas graças ao curso de educação física

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Educação física é um dos cursos de maior interdisciplinaridade entre os que fazem parte da área de biológicas. O profissional, que deve transmitir noções de esporte e lazer, além de estimular a prática esportiva, terá acesso a diversas áreas do conhecimento.
O aluno de educação física assistirá, durante quatro anos, a aulas relacionadas às ciências biológicas -com disciplinas como fisiologia, anatomia, bioquímica, crescimento e desenvolvimento humano e estudo do movimento- e às ciências humanas -como psicologia, antropologia, filosofia e história. Além disso, há aulas específicas de esportes, jogos, ginástica, danças e lutas.
O professor de capoeira Eduardo da Silva Areias, 27, estudante do terceiro ano de educação física, diz que, graças às aulas na faculdade, passou a entender a dificuldade de seus alunos em fazer alguns movimentos e a saber ajudá-los a superar esses problemas.
Segundo Areias, o planejamento de exercícios para o condicionamento físico dos alunos também é auxiliado pelas disciplinas da faculdade.

Especialização
Em geral, após uma base comum, o estudo é dividido em três especializações: a licenciatura, o bacharelado em educação física (treinamento esportivo) ou bacharelado em esportes (lazer e recreação). Na Unicamp, por exemplo, o curso diurno oferece os dois bacharelados, e o noturno, a especialização em treinamento esportivo e a licenciatura.
"A licenciatura habilitará o profissional a atuar sobretudo em escolas -do ensino infantil ao médio. Já o treinamento esportivo o preparará para trabalhar em academias e centros esportivos ou como personal trainer. E a recreação é centrada no estudo do lazer e de atividades em hotéis e empresas, entre outros", afirma Paulo Ferreira de Araújo, professor da Faculdade de Educação Física da universidade.
No entanto, afirma Araújo, existem outras possibilidades profissionais. O formado pode dedicar-se a pesquisas, como as ligadas à saúde e à performance esportiva, além de desenvolver trabalhos específicos com idosos e deficientes físicos ou mentais ou gerenciamento de eventos e departamentos, por exemplo.
"A demanda pelo trabalho desse profissional tem crescido", afirma Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física. Segundo ele, esse aumento da procura pode ser verificado pela abertura de cem novos cursos nos últimos sete anos, totalizando 250 no país. Hoje, existem 70 mil alunos de educação física. A cada ano, formam-se 8.000.
"A sociedade vem assimilando que a prática esportiva é uma condição para o bem-estar. Quando são procurados para o tratamento de estresse ou de problemas similares, nutricionistas e médicos sempre recomendam a prática de esportes", diz Steinhilber.
A remuneração mensal do profissional varia muito. De R$ 1.000 a R$ 2.000 para quem trabalha em pequenas academias. Até R$ 6.000 para quem atua em grandes academias. Os responsáveis pela performance de integrantes de espetáculos ou de artistas podem ganhar R$ 10 mil por mês.
Uma área de destaque para o profissional de educação física é a de personal trainer. Segundo a academia de ginástica Companhia Athletica, dos 25 mil clientes da empresa, cerca de 10% possuem um treinador particular.


Texto Anterior: Atualidades: IDH, o índice que condena o Brasil
Próximo Texto: USP e UEL oferecem carreira de esporte
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.