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ATUALIDADES
IDH, o índice que condena o Brasil
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
O relatório anual do Pnud (Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento), edição 2002,
divulgou que o Brasil ocupa o 73º
lugar no ranking do IDH (Índice
de Desenvolvimento Humano).
Os dados, coletados em 173 países, comprovam ainda a posição
do Brasil entre as dez maiores
economias do mundo e a desconfortável posição de estar entre os
quatro países com a pior distribuição de renda mundial.
Criado pela Organização das
Nações Unidas para medir a qualidade de vida das populações, o
IDH é composto por uma série de
indicadores econômicos e sociais.
O desenvolvimento de um país,
segundo o índice, não pode ser
avaliado considerando apenas os
números da sua economia. Por isso, além da renda per capita, considera-se também a taxa de escolaridade, o analfabetismo adulto e
a expectativa de vida.
Segundo o relatório, cujos dados são de 2000, o Brasil melhorou em relação aos índices de
1999. A renda per capita cresceu
de US$ 7.030 para US$ 7.625; a expectativa de vida passou de 67,5
para 67,7 anos e o percentual de
adultos alfabetizados subiu de
84,9% para 85,2%. Mas há distorções graves na educação. A taxa
de escolaridade indica que 98%
das crianças na faixa etária do ensino fundamental estão matriculadas na escola, mas apenas 15%
continuam no ensino médio.
O Brasil está mais rico e mais
desigual. O avanço no ranking de
desenvolvimento humano não
repercutiu significativamente na
melhoria da qualidade de vida da
população. A discrepância entre a
renda e os indicadores sociais denuncia a perversa concentração
da riqueza. Uma das formas de
distribuí-la é garantir educação de
qualidade para todos, possibilitando uma oportunidade para
que homens e mulheres não apenas realizem seu potencial como
indivíduos mas conquistem a verdadeira cidadania.
Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
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