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CARREIRA
Secretariado vai além do telefone e do cafezinho
Organização e disciplina são fundamentais para profissional
DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A idéia de que secretária é
aquela profissional que anota
recados e serve cafezinho ficou
para trás. Com a regulamentação da profissão, em 1985, o
mercado passou a valorizar o
trabalho de quem assessora as
funções de um executivo: do
despacho de documentos à preparação de eventos.
Oferecido como tecnólogo ou
bacharelado, o curso de secretariado prepara o aluno para
que ele ajude no desenvolvimento de atividades em uma
empresa.
"Uma secretária tem de coordenar assuntos que não precisem de uma decisão imediata
de seu chefe, por exemplo", diz
José Gomiz Mateo, coordenador do curso da Uniban (Universidade Bandeirante de São
Paulo).
Na Uniban, onde o curso é
tecnólogo e tem duração de
dois anos, a ênfase é em comunicação escrita e verbal. "Ele
precisa saber que audiência ele
quer atingir. A função é de assessor mesmo."
Na PUC-SP, o curso de secretariado forma um bacharel
após quatro anos. "O profissional sai da faculdade apto a assessorar executivos de empresas de qualquer porte, com capacidade de liderança e senso
de organização e consciente da
realidade brasileira", afirma
Marilena Zanon, coordenadora
do curso de secretariado executivo trilíngüe da instituição.
A formação básica engloba
disciplinas como responsabilidade social, filosofia, finanças,
direito e política de relações internacionais. Em seguida, o estudante aprende conceitos sobre cultura, ética, arte brasileira. Português, inglês e espanhol
também ganham enfoque.
Para Maria de Lourdes Bianchi Ávila, presidente da comissão organizadora do evento
Gestão de Secretariado, promovido pela USP, as características de um bom profissional
são organização e disciplina.
"Para conquistar espaço, o secretário precisa saber lidar com
novos desafios e tomar decisões", afirma.
A secretária Priscilla Mazzucchelli, 25, escolheu a profissão por acaso. "Eu não pensava
"quando crescer, quero ser secretária". Mas na hora de prestar vestibular, em dúvida, me
indicaram o curso e eu resolvi
tentar", lembra.
Aprovada no vestibular da
PUC-SP, Priscila pensou em
desistir nos seis primeiros meses. "Você só percebe o quanto
a sua função é importante
quando começa a fazer estágio.
Na faculdade, tem matéria que
você acha inútil. Só depois de
trabalhar é que percebi como o
aprendizado foi importante."
Atualmente, Priscila trabalha na Ceagesp (Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). "Cuido de
toda a vida do meu chefe, desde
um telefonema até uma coisa
pessoal, como um presente. Recepciono autoridades, cuido da
parte fiscal, controlo prazos e
documentos", enumera.
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