São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007
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CARREIRA

Secretariado vai além do telefone e do cafezinho

Organização e disciplina são fundamentais para profissional

DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A idéia de que secretária é aquela profissional que anota recados e serve cafezinho ficou para trás. Com a regulamentação da profissão, em 1985, o mercado passou a valorizar o trabalho de quem assessora as funções de um executivo: do despacho de documentos à preparação de eventos.
Oferecido como tecnólogo ou bacharelado, o curso de secretariado prepara o aluno para que ele ajude no desenvolvimento de atividades em uma empresa.
"Uma secretária tem de coordenar assuntos que não precisem de uma decisão imediata de seu chefe, por exemplo", diz José Gomiz Mateo, coordenador do curso da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo).
Na Uniban, onde o curso é tecnólogo e tem duração de dois anos, a ênfase é em comunicação escrita e verbal. "Ele precisa saber que audiência ele quer atingir. A função é de assessor mesmo."
Na PUC-SP, o curso de secretariado forma um bacharel após quatro anos. "O profissional sai da faculdade apto a assessorar executivos de empresas de qualquer porte, com capacidade de liderança e senso de organização e consciente da realidade brasileira", afirma Marilena Zanon, coordenadora do curso de secretariado executivo trilíngüe da instituição.
A formação básica engloba disciplinas como responsabilidade social, filosofia, finanças, direito e política de relações internacionais. Em seguida, o estudante aprende conceitos sobre cultura, ética, arte brasileira. Português, inglês e espanhol também ganham enfoque.
Para Maria de Lourdes Bianchi Ávila, presidente da comissão organizadora do evento Gestão de Secretariado, promovido pela USP, as características de um bom profissional são organização e disciplina. "Para conquistar espaço, o secretário precisa saber lidar com novos desafios e tomar decisões", afirma.
A secretária Priscilla Mazzucchelli, 25, escolheu a profissão por acaso. "Eu não pensava "quando crescer, quero ser secretária". Mas na hora de prestar vestibular, em dúvida, me indicaram o curso e eu resolvi tentar", lembra.
Aprovada no vestibular da PUC-SP, Priscila pensou em desistir nos seis primeiros meses. "Você só percebe o quanto a sua função é importante quando começa a fazer estágio. Na faculdade, tem matéria que você acha inútil. Só depois de trabalhar é que percebi como o aprendizado foi importante."
Atualmente, Priscila trabalha na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). "Cuido de toda a vida do meu chefe, desde um telefonema até uma coisa pessoal, como um presente. Recepciono autoridades, cuido da parte fiscal, controlo prazos e documentos", enumera.


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