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      São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003
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Verdades e mentiras sobre o historiador

DA REPORTAGEM LOCAL

Há muitas verdades e mentiras sobre o historiador. Uma das mentiras é que o profissional é uma "enciclopédia ambulante", e uma das verdades é que o historiador tem de ler muito, afirma Dennison de Oliveira, coordenador do curso de história da Universidade Federal do Paraná. Veja pontos comentados por ele.


Mentiras

"O formado em história é uma "enciclopédia ambulante" que retém todo o saber histórico" - Ser historiador não é ser aquele que tudo sabe sobre a história, mas aquele que sabe onde procurar qualquer informação sobre o assunto.

"O formado em história é aquele que só conhece coisas antigas, superadas, mortas e enterradas" - A história é o processo de transformação permanente e indeterminado da sociedade humana e, se o profissional da área pesquisa ou ensina a respeito de eventos distantes no tempo, é para responder a questões colocadas pelo nosso tempo, e não como um fim em si mesmo.

"História é só decoreba de nomes, fatos e datas" - Saber localizar os eventos no tempo é apenas parte do saber histórico, que só se realiza na sua inteireza quando o indivíduo os relaciona a transformações mais amplas, de caráter conjuntural e estrutural.

"Dar aula de história requer apenas "cuspe e giz'"- O ensino de história requer espaços propriamente laboratoriais, destinados a colocar à disposição do aluno reproduções de documentos históricos, mapas, bancos de dados, vídeo, leitura de CD-ROM e internet.


Verdades

"Tudo é história" - Nenhum processo, fenômeno ou evento ocorre por geração espontânea. O correto entendimento deles requer uma reflexão sobre os seus antecedentes, origem e desenvolvimento, o que irá sempre pedir um saber propriamente histórico.

"Ser historiador requer muita leitura" - Além das leituras obrigatórias do curso, é importante que o aluno busque sempre outras que lhe dêem sólido conhecimento sobre os temas de seu interesse.

"Sem documentos não há história" - O conhecimento histórico só avança propriamente quando voltado para o exame de fontes históricas. Por isso são tão importantes as políticas de preservação de arquivos e acervos documentais, tanto por parte das instituições públicas quanto privadas.


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