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      São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003
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SEM SURPRESA

CONTEÚDO COBRADO COSTUMA SER SEMELHANTE, MAS ESTRUTURA DOS PROCESSOS SELETIVOS SÃO DIFERENTES

Conhecer provas anteriores do vestibular evita nervosismo na hora do exame

Tuca Vieira - 17.nov.2002/Folha Imagem
Candidatos realizam a primeira fase do vestibular da Fuvest na Cidade Universitária


ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, Carolina Jannes, 19, que faz cursinho em São Paulo, foi prestar vestibular para medicina na Universidade de Caxias do Sul pela primeira vez. Não conhecia nada da prova. Logo que olhou o caderno de questões, tomou um susto e, segundo ela própria, demorou um pouco para se acalmar e começar a responder as questões.
Para que a situação não se repita neste ano, ela pretende fazer o que professores de cursinho recomendam quando o aluno vai prestar um vestibular pela primeira vez: olhar provas de outros anos para evitar surpresas.
"Tudo que é feito pela primeira vez pode gerar insegurança e nervosismo. Por isso é importante que o vestibulando resolva algumas provas antes, para que se acostume com a linha de perguntas da faculdade e não fique inseguro na hora do exame", disse Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo.
Mas, segundo ela, não basta dar uma olhada rápida nas questões pela internet. O vestibulando deve tentar resolver todas as perguntas e, se possível, no tempo máximo da prova. "Assim ele poderá ver quanto tempo gasta com cada pergunta, além de treinar mais."

Estrutura da prova
Para o coordenador-geral do Anglo, Nicolau Marmo, o ideal é que o estudante consiga pelo menos resolver a prova dos três últimos vestibulares, para que consiga perceber a estrutura da prova. "Mudam as questões, mas a estrutura da prova sempre se repete. Se ele já a conhecer, não vai se assustar na hora do exame."
As provas escritas da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), por exemplo, segundo Vera Antunes, normalmente têm perguntas longas, que também requerem respostas compridas. Já na primeira fase da Unicamp, há um tema que é abordado em todas as matérias e, em algumas questões, o enunciado dá dicas valiosas para conseguir a resposta. "Conhecendo a prova, o vestibulando vê a importância da interpretação de texto para a Unicamp", disse Vera Antunes.
Resolver provas anteriores pode evitar também que o vestibulando se surpreenda com o grau de dificuldade de uma prova, o que pode aumentar o nervosismo. Esperar questões que costumam dar trabalho até mesmo para os professores pode ser uma vantagem na hora do exame para quem vai fazer o vestibular do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em relação a alguém que nunca viu uma questão dessas antes.

Conteúdos
Se a forma de elaborar as perguntas e o grau de dificuldade variam em cada vestibular, os conteúdos abordados são basicamente os mesmos. Quase todos cobram o que é dado pelas escolas de suas regiões durante o ensino médio. Por isso, segundo Nicolau Marmo, o mais importante é dominar a matéria. "Quem sabe o conteúdo consegue responder de forma escrita ou em testes de múltipla escolha e de qualquer outra forma que for perguntado."
Apesar de o conteúdo ser semelhante, em cada instituição pode haver ênfase em diferentes partes do programa. Foi justamente isso o que deixou Carolina Jannes nervosa por algum tempo no vestibular de Caxias do Sul. Alguns assuntos que ela julgava não serem importantes estavam na prova. "Tem coisa que não é muito enfatizada nos vestibulares de São Paulo e por isso o cursinho não perde muito tempo, mas que estava na prova", disse ela.


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