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VALE A PENA SABER
MATEMÁTICA
Teorema de Pick e engenharia florestal
JOSÉ LUIZ PASTORE MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A s figuras acima representam
três polígonos construídos sobre uma malha plana quadriculada. Pergunto a você: qual dos três
possui a maior área?
Nas figuras 1 e 2, podemos fazer
os cálculos aplicando de forma direta as fórmulas de área do retângulo e do trapézio. Assim, o retângulo de comprimento 3 e largura
2 terá área igual a 6; o trapézio de
base maior 4, base menor 1 e altura 4 terá área igual a 10.
Já o polígono da figura 3 pode
ser subdividido em retângulos e
triângulos e cada área poderá ser
calculada separadamente, o que
irá totalizar no final uma área
igual a 9,5. Segue, portanto, que o
polígono da figura 2 é o de maior
área entre os três.
Outra alternativa à estratégia de
cálculo adotada seria o estabelecimento de um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais, o
que permitiria o cálculo das áreas
com o auxílio da fórmula analítica
da área de um triângulo com o
uso de determinantes.
Vejamos uma terceira e elegante forma de calcular as mesmas
áreas, agora utilizando um teorema demonstrado em 1899 pelo
matemático vienense Georg Alexander Pick, válido para a área de
um polígono cujos vértices sejam
pontos de uma malha plana quadriculada: se N é o número de
pontos da malha na região interior do polígono e B é o número
de pontos da malha ao longo da
fronteira do polígono (incluindo
os vértices), sua área será dada pela fórmula N+0,5.B-1. No caso do
polígono da figura 3, uma vez
identificados N=5 e B=11, basta
calcular 5+0,5.11-1 para descobrir
que sua área é igual a 9,5.
Uma curiosa aplicação desse
teorema se faz presente na engenharia florestal, onde a área de
uma região com árvores distribuídas regularmente pode ser calculada com base no número e na
distribuição dessas árvores por
meio da fórmula de Pick.
José Luiz Pastore Mello é professor da
Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo
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