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BIOLOGIA
A biotecnologia e os alimentos no século 21
JOSÉ VAGNER GOMES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A forma como as pessoas encaram os alimentos vem passando por um contraditório processo de transformação, em que eles são vistos com temor e ao mesmo
tempo como a salvação.
A população de países desenvolvidos está mudando seus hábitos alimentares e exigindo uma melhor qualidade daquilo que come. Prova disso é que o consumo
de produtos orgânicos na Europa vem crescendo nos últimos anos.
No Brasil, o que se vê é uma boa parcela da população pedindo um
prato de comida.
O século 20 ficou marcado pela
capacidade das indústrias de produzir alimentos mais baratos e em
grande escala. As grandes companhias de alimentos intensificaram
o uso de agrotóxicos, hormônios
e antibióticos, criando, assim, os
alimentos transgênicos. Tudo isso
visando ao lucro e desprezando as
conseqüências tanto para a população como para o ambiente. Só
que essas empresas se esqueceram de que quantidade não significa qualidade.
O que se observa neste início de
século é que a população está assustada com os problemas dessa
alimentação errada. Vem cobrando dos governantes medidas severas para o controle da qualidade da comida produzida, a fim de
evitar doenças, como intoxicações, reações alérgicas a transgênicos e o mal da vaca louca.
No Brasil, onde uma boa parte
da população vive abaixo da linha
da pobreza, o que se procura são
alimentos a preços mais baixos.
Seria hipocrisia considerar inviável a produção de alimentos mais
baratos e de melhor qualidade ou
atribuir à falta de comida, e não à
sua má distribuição, o problema
da fome no mundo.
A biotecnologia, com os transgênicos, não trará alimentos para
todos. Ao governo cabe garantir o
direito humano à alimentação.
Aos órgãos de vigilância sanitária
resta controlar com maior rigor
os alimentos industrializados.
José Vagner Gomes é biólogo formado pela UFSCar, professor do ensino médio
e de cursos pré-vestibulares e ministra cursos de bioatualidades
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